Equipe Catequistas Brasil acompanhou o movimento e fez cobertura da Novena e Festa da Padroeira 2023
Redação
Equipe Catequistas Brasil faz cobertura especial da Novena da Padroeira 2023
A Novena da Padroeira 2023 acontece de 3 a 11 de outubro, no Santuário Nacional, em preparação para a Festa no dia 12
Celebrar o chamado e a missão de nossos catequistas
Todos os anos, no quarto domingo do mês de agosto, a Igreja nos convida a celebrar o chamado, a vocação e a missão de todos os catequistas. Celebrar, significa tornar célebre, valorizar momentos importantes da vida. E dado a importância de nossos catequistas que é imensa, nos reunimos para celebrar e agradecer aos que generosamente respondem sim ao chamado que Deus os faz, de transmitir a fé, testemunhando a ação de Deus em suas vidas.
ANTIQUUM MINISTERIUM
Aos poucos vamos redescobrindo a importância desse serviço na Igreja, e vamos passando a valorizar e a zelar pelos que descobrem e são chamados a esse ministério. Sim, um ministério reconhecido e agora “instituído” oficialmente pelo nosso querido Papa Francisco. Através da Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Antiquum Ministerium, o Papa Francisco institui o ministério de catequista, resgatando antiga prática da Igreja, perdida ao longo dos séculos.
Um trabalho iniciado pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, que agora vai se tornando realidade. Já o saudoso Papa São Paulo VI, ao publicar a Carta Apostólica em Ministeria Quaedam, que estabelecia dois ministérios instituídos para a Igreja, o leitorato e o acolitato, nos indicava a possibilidade e o desejo de recuperar e instituir o ministério de catequista ao dizer:
“Além destes ministérios comuns a toda a Igreja Latina, nada impede que as Conferências Episcopais peçam outros à Sé Apostólica, se, por motivos particulares, julgarem a sua instituição necessária ou muito útil na sua região. Tais são, por exemplo, as funções […] de Catequista” (Trecho da Carta Apostólica Ministeria Quaedam, Papa Paulo VI, 15 de agosto de 1972).
Era o desejo de valorizar e incentivar o protagonismo de todos os fiéis batizados.
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40 ANOS DE ‘CATEQUESE RENOVADA’
Porém, as mudanças pedidas pelo Concílio eram enormes e exigiam mudança de mentalidade e maturidade. Anos depois, com o esforço e a preparação de terreno de muitos que nos precederam, hoje encontramos um terreno fértil para que esse ministério se torne realidade.
Não podemos deixar de citar, a importância que o Documento da CNBB n. 26, “Catequese Renovada”, teve. Esse ano celebramos 40 anos de sua publicação e colhemos os inúmeros frutos de sua aplicação nas inúmeras comunidades espalhadas pelo Brasil. Sem dúvida, esse documento somado a muitos outros esforços, abriu caminho para podemos hoje falar de Iniciação à Vida Cristã e de ministério instituído de catequistas.
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Por isso, temos muitos motivos para celebrar o chamado e a missão, para bendizer e agradecer a Deus. São mais de 120 mil catequistas que testemunham e transmitem a fé professada pela Igreja em nosso Brasil. Que o bom Deus os fortaleça e os sustente na missão e no seu santo serviço. Contem sempre com minhas orações, apoio e gratidão.
Padre Thiago Faccini Paro – Diretor comercial da Edições CNBB, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Mestre em Teologia e especialista em Liturgia, Ciência e Cultura pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Especialista em Espaço Litúrgico pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS). Autor de vários livros ligados à Catequese, como a coleção “O Caminho”.
Inspiração Vocacional na Catequese
A vocação de ser catequista nos revela que não devemos simplesmente indicar o caminho, mas seguirmos juntos nesse caminho. Os catequizandos estão na caminhada em busca dos sacramentos da iniciação da vida cristã, enquanto todos nós estamos no caminho da santidade, e é nesse sentido que a comunhão entre catequista, catequizandos e comunidade, se revela essencial. Nesse mês de agosto, mês vocacional dentro do 3º Ano Vocacional, é importante refletirmos sobre o papel do catequista enquanto promotor da inspiração vocacional.
O catequista, assumindo a vocação de educador da fé, deve conduzir seus catequizandos ao reconhecimento de suas próprias vocações, apresentando-os a comunidade paroquial e garantindo-lhes uma boa acolhida. A vivência da vocação não deve ser compreendida como mais um compromisso a ser assumido, mas sim como o compromisso a partir do qual todas as demais tarefas cotidianas são inspiradas. Por isso, é importante que o catequizando acolha com sinceridade as responsabilidades assumidas perante a comunidade, de forma que o serviço lhe convenha como inspiração de fé. Sempre que falarmos em vocação, lembremos que o serviço e as boas obras são fundamentais para salvação, pois toda árvore que não der fruto bom será cortada e jogada no fogo[1].
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Nas palavras do Santo Papa João Paulo II: Deus confiou-vos a peculiar missão de conduzir a juventude no caminho da santidade. Sede para eles exemplo de uma generosa fidelidade a Cristo. Encorajai-os a não hesitar em “fazerem-se ao largo”, respondendo sem delongas ao convite do Senhor. Ele chama, alguns à vida familiar, outros à vida consagrada ou ao ministério sacerdotal. Ajudai-os a saber discernir o seu caminho e a passarem a ser amigos verdadeiros de Cristo e seus autênticos discípulos. Quando os adultos, que têm fé, sabem, com as suas palavras e o seu exemplo, tornar visível o rosto de Cristo, os jovens prontificam-se mais facilmente a acolher a sua mensagem exigente, marcada pelo mistério da Cruz.
Com essas palavras, podemos estabelecer os três pilares da inspiração vocacional na catequese: amor ao serviço, acolhimento da comunidade e encorajamento do catequista. O amor, como sabemos, é o maior mandamento da vida cristã[2] e, por isso, deve estar presente em todo encontro de catequese, com o exemplo do catequista que exerce a sua própria vocação com muito amor. O acolhimento da comunidade é importante para que a vocação do catequizando não sufoque como sementes que caíram entre os espinhos[3]. Infelizmente, nem todos que participam da comunidade estão dispostos ao acolhimento. Então, caro catequista, esforce-se para estar presente nos primeiros momentos de participação do catequizando nas pastorais, sendo – mais do que inspiração vocacional – um protetor daquele impulso de fé, o que se reflete no último pilar, de encorajamento.
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Que nossa vocação de catequistas seja exemplo e inspiração para a vocação daqueles que nos acompanham. Que o Espírito Santo seja nosso guia e a Virgem Maria nossa benfeitora, de modo que ao nos despedirmos de cada turma possamos dizer-lhes: “pois eu vos dei o exemplo, para que façais como eu fiz”[4], se ainda não na santidade, ao menos na vocação. Quem assim seja!
Luís Gustavo Conde – Catequista na Catedral Metropolitana de São Sebastião, na Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP), atuando na evangelização de jovens e adultos. Autor de artigos para o Portal de Formação da Canção Nova e articulista da Revista Paróquias. Advogado e professor de cursos técnicos profissionalizantes. Marido da Patrícia e pai do Oliver.
CITAÇÕES DO TEXTO BÍBLICO
[1] (Mt 7, 19); [2] (Mt 22, 34-40); [3] (Mt 13, 7); [4] (Jo 13, 15).
REFERÊNCIAS
BÍBLIA DE APARECIDA. Bíblia online da Editora Santuário.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano.
JOÃO PAULO II. Mensagem para o 42º Dia Mundial de Orações pelas Vocações 2005. Castelo Gandolfo, 11 ago. 2004.
Igreja Doméstica: a catequese do dia a dia
O princípio da nossa Igreja, como sabemos, foi dado em casa, nas residências dos primeiros seguidores. Devido às perseguições dos primeiros cristãos, o culto e a catequese aconteciam “escondidos” nesses locais. A Igreja era familiar, era doméstica, e acontecia no dia a dia dos lares.
Com o desenvolvimento e crescimento da Igreja e suas conquistas, os templos e toda organização hierárquica que conhecemos foi constituída. Contudo, a família parou de celebrar em seu lar o que era primordial: a oração, a fração do pão, a partilha e a leitura da Palavra.
O QUE DIZEM OS DOCUMENTOS DA IGREJA?
Com a preocupação dos padres e poderes religiosos, a Igreja volta-se às famílias para que regressem ao amor primeiro e pede para que a fé habite primeiro nos lares, que os pais sejam os primeiros educadores da fé, fazendo assim da família e do lar uma Igreja Doméstica.
Termo usado no Concílio Vaticano II, quando os padres conciliares redigiram a Constituição Dogmática Lumen Gentium: “Na família, como numa Igreja Doméstica, devem os pais, pela palavra e pelo exemplo, ser para os filhos os primeiros arautos da fé e favorecer a vocação própria de cada um, especialmente a vocação sagrada” (LG, n. 11).
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É a família o “patrimônio da humanidade” (LG, n. 11). É na família que nós cristãos devemos aprender o início de nossa educação na fé, as primeiras orações, o amor à Palavra de Deus e a caridade. Os pais ou responsáveis devem ser os primeiros a dar o exemplo e incentivar as crianças e jovens a prática da fé.
A família é o berço de onde provém a educação social, moral, civil e religiosa. É no cotidiano que se formam bons cidadãos e bons cristãos. É pela Igreja Doméstica que a sociedade se transforma e se forma para um mundo melhor. Como nos diz a Constituição Pastoral Gaudium et Spes: “Desta maneira, a família constitui o fundamento da sociedade” (GS, n. 52).
AMORIS LAETITIA
O Papa Francisco, em uma mensagem no ano de 2021 sobre a Exortação Apostólica Pós-sinodal Amoris Laetitia, nos disse:
“A família é ‘Igreja Doméstica’, lugar onde a presença sacramental de Cristo atua entre os cônjuges e entre os pais e os filhos. Nesse sentido, ‘o amor vivido em família é uma força permanente para a vida da Igreja’, constantemente enriquecida pela vida de todas as Igrejas Domésticas. Portanto, em virtude do Sacramento do Matrimônio, toda a família se torna, para todos os efeitos, um bem para a Igreja” (Mensagem para o Fórum “Em que ponto estamos com a Amoris Laetitia? Estratégias para a aplicação da exortação apostólica do Papa Francisco” do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida – 9 a 12 de junho de 2021).
Quem não se lembra de uma música que a avó cantava, um rádio ligado na hora do terço, a TV ligada bem cedo para participar de uma Missa, além das orações e novenas em casa, na época de Natal ou por alguma ocasião. Bandeiras do Divino, procissões, práticas quaresmais como o jejum e a penitência, encontros bíblicos. Todos esses momentos são símbolos de fé e práticas cristãs que devem e precisam ser ensinadas e alimentadas na Igreja Doméstica.
O jovem e a criança que chegam à catequese devem carregar muitos ensinamentos vindos das experiências e práticas da Igreja Doméstica da qual participa. Aos catequistas fica a missão de orientar na fé, enamorar o catequizando pela Igreja e por Jesus, dar os ensinamentos mais profundos bíblicos e da fé.
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CATEQUESE E IGREJA DOMÉSTICA
Cabe à catequese auxiliar os pais nesse desenvolvimento da Igreja Doméstica, mostrando caminhos e meios para que possam ser verdadeiros educadores da fé. Momentos de oração familiar, roteiros celebrativos, dinâmicas, altares e orações diárias, vão edificar a Igreja Doméstica e fazer deles uma boa família.
No dia a dia, da oração inicial do dia, das orações antes das refeições, até a leitura de trechos bíblicos à noite, montagem de altares com a imagem de Nossa Senhora, de Jesus, dos santos, vão construindo bons momentos para a família.
Nós, catequistas, ajudemos, com empenho, a formar crianças e jovens de fé que tenham a consciência da importância da oração familiar. Ajudemos as famílias a se edificarem nesse processo de se tornar uma grande Igreja Doméstica. Não desanimemos nesse processo.
Precisamos estar atentos em disseminar o amor de Deus nos lares, como nos diz o Papa Francisco, cooperando “de forma fecunda no cuidado e na proteção das ‘Igrejas Domésticas’” que irão “construir as famílias do amanhã”.
Douglas dos Santos Reis Rocha – Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Anhanguera de Taubaté (SP), em Filosofia pela Universidade Salesiana de Lorena (SP) e pós-graduado em Marketing e Negócios pela UNIFATEA. Catequista e leigo engajado em pastorais.
Missão de coordenar e a graça de sinodalizar
A história da catequese se entrelaça na própria história da Igreja. A memória do passado é o alicerce para que no presente seja transmitida a mesma fé vivida e testemunhada pelos apóstolos. Conhecer a história é saber reconhecer os grandes feitos de homens e mulheres que doaram sua vida em favor do Evangelho de Jesus Cristo, na missão de coordenar a sinodalizar.
Tomemos como exemplo o ministério de Pedro, Paulo e Tiago, relatado em Atos dos Apóstolos, capítulo 15, naquela assembleia decisiva sobre o anúncio do Evangelho, que ficou conhecida como Concílio de Jerusalém.
Justamente, no centro do livro (Atos dos Apóstolos contém 28 capítulos), São Lucas deixa registrado um ícone do modo de proceder de lideranças na Igreja. Já antecipadamente, nossa gratidão a São Lucas pela atitude perspicaz de registrar como devem ser concluídas as reuniões pastorais: sempre em harmonia, com decisões aplicáveis aos fiéis, sem peso (At 15,28), mas como discernimento na fé sob a guia do Espírito Santo.
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PEDRO, TIAGO E PAULO E O MISTÉRIO DA VOCAÇÃO
Pedro, Tiago e Paulo foram chamados pelo Senhor Jesus e responderam ao seu modo à vocação que lhes foi confiada.
No contexto do 3º Ano Vocacional do Brasil, é importante recordar o que ensina o Texto-Base: “é partindo do infinito amor de Deus que a pessoa poderá responder ao chamado a ser discípula missionária em meio à humanidade. Uma resposta de amor e gratidão ao Amor recebido gratuitamente de Deus, que move a entrega da vida pela salvação do próximo” (n. 43).¹
Pedro e Tiago fizeram a experiência com o Amor de Deus em Jesus de Nazaré, no caminho entre as casas e ruas das cidades onde Jesus passou “fazendo o bem e realizando todas as espécies de cura” (At 10, 38).
Paulo teve a sua experiência própria, mas com o mesmo Amor, que lhe revelou a plena “dignidade de filho, obra do Espírito, que clama em nós: Abá!” (Gl 4, 5-6).
E nós, membros da comunidade cristã, que carregamos a marca do Batismo, co-herdeiros do Reino de Deus, somos vocacionados para amar. “Nesta peregrinação dentro do tempo e da história em que estamos, o que nos identifica e nos une é o Amor-Serviço” (CNBB, 2022, p.29).
Vocação que testemunha o coração ardente após o encontro com Jesus, é aquela que está sempre a caminho para amar e tornar o Amor conhecido e amado.
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PEDRO, TIAGO E PAULO: A MISSÃO DE COORDENAR
Pedro e Tiago fizeram parte do grupo mais próximo de Jesus, os apóstolos. Foram escolhidos para aprender na convivência com o Mestre os mistérios do Reino de Deus (Mt 25, 11). Tiveram a oportunidade de perguntar diretamente a Jesus qual o significado da Lei e dos Profetas (que são os conteúdos da transmissão da fé no contexto da revelação ao povo judeu). Aprenderam, por meio de obras e palavras, que “não é aquilo que entra pela boca que torna alguém impuro, mas o que sai da boca” (Mt 15, 11).
Paulo (Saulo de Tarso) não foi escolhido diretamente por Jesus antes de sua paixão e morte. Paulo de Tarso fez a experiência de encontro com o Senhor Ressuscitado, encontro pessoal de conversão, quando estava a caminho de Damasco (atual capital da Síria) com uma carta de permissão para prender os cristãos que lá viviam. Paulo afirma que foi “conquistado por Jesus Cristo” (Fl 3, 12). Paulo havia estudado a fundo a Lei de Moisés com um rabino famoso chamado Gamaliel (At 22, 3), mas foi a partir dessa experiência de encontro que aprendeu a ter como centro de sua vida “não tanto a Lei, mas a pessoa de Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado”.²
Aprendemos com Pedro, Tiago e Paulo que o papel de liderança na comunidade cristã não pode ser confundido com poder, autoritarismo ou aplicação fria de uma lei. A vocação cristã tem sua raiz no Batismo, de onde emana a dignidade de todas as pessoas entre si, perante Deus, pela adoção filial em Cristo Jesus.
Ser líder é assumir um serviço vocacional, uma missão de colaborar para que outras pessoas realizem e aprofundem seu encontro com Jesus, de maneira renovada.
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PEDRO, TIAGO E PAULO: A GRAÇA DE SINODALIZAR
O Concílio de Jerusalém é uma referência para o estilo de conduzir uma reunião em nossas comunidades (e também para sinodalizar).
Paulo e seu companheiro Barnabé se dirigem a Jerusalém (atual capital de Israel), o local da reunião. Vão com uma pauta, um assunto a ser exposto para as demais lideranças. Paulo e Barnabé são lideranças em terras distantes, onde se realiza a missão de anúncio do Evangelho para pessoas de outros povos, identificadas como “pagãs” ou “os gentios”. Estão convencidos de que a fé em Jesus e a verdadeira conversão do coração são critérios suficientes para a admissão dessas pessoas na comunidade de fé, mediante o Batismo.
Pedro era líder dos judeu-cristãos, pessoas que conviveram com Jesus, ou que ouviram o querigma após a ressurreição, mas que mantinham a prática das leis mosaicas, em especial a circuncisão, e demais costumes judaicos. Pedro também liderava o grupo dos apóstolos, era a referência e foi consultado sobre a prática das leis mosaicas por parte dos pagãos. Até aquele momento, Pedro mantinha a opinião de que a circuncisão era uma prática necessária para acolher alguma pessoa na comunidade dos seguidores de Jesus.
Eis que temos o papel da vocação de Tiago, que naquela situação era o bispo de Jerusalém e presidia a Igreja que recém começava a se organizar. Foi diante de Tiago que Pedro, Paulo e Barnabé se encontraram. Sob a liderança de Tiago, cada um apresentou seus argumentos. O Concílio de Jerusalém é a primeira experiência de sinodalidade de que temos notícia. Para sinodalizar, sigamos esse exemplo.
O Papa Bento XVI ensina que Tiago “afirmou, junto aos demais, que os pagãos podiam ser recebidos na Igreja sem precisar submeter-se à circuncisão”. O livro dos Atos nos transmitiu a solução de compromisso, proposta pelo próprio Tiago e aceita por todos os apóstolos presentes, em virtude da qual para os pagãos que acreditavam em Jesus Cristo só se devia pedir que se abstivessem do costume de comer a carne dos animais oferecidos em sacrifício aos deuses”.³
Com Pedro, Paulo, Barnabé e os demais apóstolos aceitando a proposta de Tiago, precisamos aprender a arte de sinodalizar nossas estruturas.
Ser catequista coordenador, ou assumir um serviço de liderança é, antes de tudo, aprender a arte de ouvir, ponderar, apresentar propostas e, de fato, sinodalizar.
Da mesma maneira que a história da catequese se entrelaça com a história da Igreja, as virtudes de catequistas coordenadores e demais lideranças precisam ser inspiradas na experiência missionária dos grandes líderes da Igreja Primitiva, que ensinaram a sinodalizar. Isto é, uma coordenação pastoral sempre precisa ter a Palavra de Deus como princípio de atitudes e estratégias.
Ariél Philippi Machado – Catequista na Arquidiocese de Florianópolis (SC), membro da Rede Lumen de Catequese, Teólogo e Especialista em Catequese – Iniciação à Vida Cristã
[1] CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Vocação: graça e missão: “corações ardentes, pés a caminho”. Brasília: CNBB, 2022. p. 29. [Texto-Base, n. 43].
[2] BENTO XVI. Os Apóstolos e os primeiros discípulos de Cristo. Trad. Gian Bruno Grosso. São Paulo: Planeta, 2010. p. 111.
[3] BENTO XVI. Os Apóstolos e os primeiros discípulos de Cristo. Trad. Gian Bruno Grosso. São Paulo: Planeta, 2010. p. 65-66.
Catequistas: mestres, discípulos e mistagogos da fé
“Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a observar tudo o que vos mandei. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 10-20)
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Seminário de Coordenação 2023 levará formação para coordenadores de catequese
Em 2023, o Seminário para Coordenadores de Catequese acontecerá no dia 20 de maio, e trará novidades em sua programação com formação para coordenadores e coordenadoras de catequese.
Em 2023, a Semana Santa acontece de 2 a 9 de abril, com início no Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor. Um tempo para reflexão, caminhando com Jesus, meditando sua paixão, morte e ressurreição.