A vocação de ser catequista nos revela que não devemos simplesmente indicar o caminho, mas seguirmos juntos nesse caminho. Os catequizandos estão na caminhada em busca dos sacramentos da iniciação da vida cristã, enquanto todos nós estamos no caminho da santidade, e é nesse sentido que a comunhão entre catequista, catequizandos e comunidade, se revela essencial. Nesse mês de agosto, mês vocacional dentro do 3º Ano Vocacional, é importante refletirmos sobre o papel do catequista enquanto promotor da inspiração vocacional.
O catequista, assumindo a vocação de educador da fé, deve conduzir seus catequizandos ao reconhecimento de suas próprias vocações, apresentando-os a comunidade paroquial e garantindo-lhes uma boa acolhida. A vivência da vocação não deve ser compreendida como mais um compromisso a ser assumido, mas sim como o compromisso a partir do qual todas as demais tarefas cotidianas são inspiradas. Por isso, é importante que o catequizando acolha com sinceridade as responsabilidades assumidas perante a comunidade, de forma que o serviço lhe convenha como inspiração de fé. Sempre que falarmos em vocação, lembremos que o serviço e as boas obras são fundamentais para salvação, pois toda árvore que não der fruto bom será cortada e jogada no fogo[1].
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Nas palavras do Santo Papa João Paulo II: Deus confiou-vos a peculiar missão de conduzir a juventude no caminho da santidade. Sede para eles exemplo de uma generosa fidelidade a Cristo. Encorajai-os a não hesitar em “fazerem-se ao largo”, respondendo sem delongas ao convite do Senhor. Ele chama, alguns à vida familiar, outros à vida consagrada ou ao ministério sacerdotal. Ajudai-os a saber discernir o seu caminho e a passarem a ser amigos verdadeiros de Cristo e seus autênticos discípulos. Quando os adultos, que têm fé, sabem, com as suas palavras e o seu exemplo, tornar visível o rosto de Cristo, os jovens prontificam-se mais facilmente a acolher a sua mensagem exigente, marcada pelo mistério da Cruz.
Com essas palavras, podemos estabelecer os três pilares da inspiração vocacional na catequese: amor ao serviço, acolhimento da comunidade e encorajamento do catequista. O amor, como sabemos, é o maior mandamento da vida cristã[2] e, por isso, deve estar presente em todo encontro de catequese, com o exemplo do catequista que exerce a sua própria vocação com muito amor. O acolhimento da comunidade é importante para que a vocação do catequizando não sufoque como sementes que caíram entre os espinhos[3]. Infelizmente, nem todos que participam da comunidade estão dispostos ao acolhimento. Então, caro catequista, esforce-se para estar presente nos primeiros momentos de participação do catequizando nas pastorais, sendo – mais do que inspiração vocacional – um protetor daquele impulso de fé, o que se reflete no último pilar, de encorajamento.
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Que nossa vocação de catequistas seja exemplo e inspiração para a vocação daqueles que nos acompanham. Que o Espírito Santo seja nosso guia e a Virgem Maria nossa benfeitora, de modo que ao nos despedirmos de cada turma possamos dizer-lhes: “pois eu vos dei o exemplo, para que façais como eu fiz”[4], se ainda não na santidade, ao menos na vocação. Quem assim seja!
Luís Gustavo Conde – Catequista na Catedral Metropolitana de São Sebastião, na Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP), atuando na evangelização de jovens e adultos. Autor de artigos para o Portal de Formação da Canção Nova e articulista da Revista Paróquias. Advogado e professor de cursos técnicos profissionalizantes. Marido da Patrícia e pai do Oliver.
CITAÇÕES DO TEXTO BÍBLICO
[1] (Mt 7, 19); [2] (Mt 22, 34-40); [3] (Mt 13, 7); [4] (Jo 13, 15).
REFERÊNCIAS
BÍBLIA DE APARECIDA. Bíblia online da Editora Santuário.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano.
JOÃO PAULO II. Mensagem para o 42º Dia Mundial de Orações pelas Vocações 2005. Castelo Gandolfo, 11 ago. 2004.