A importância de trabalhar o diálogo e a comunicação com seus catequizandos
O diálogo sempre foi importante para o desenvolvimento das potencialidades humanas tanto no nível pessoal, como no cultural e social. Sendo assim, feita à imagem e semelhança de Deus, a pessoa descobre-se como ser dialogante como o é o próprio Deus.
Mas, o que vem a ser diálogo?
Diálogo não é…
- conversa para legitimar resoluções já tomadas;
- um meio de “dobrar“ o outro;
- só ouvir ou só falar;
- uma conversa que só pode ter um resultado final;
- dar bons conselhos a quem não sabe nada;
- algo que só é considerado bem-sucedido quando convencemos o outro;
- conhecer a opinião do outro para poder combatê-lo melhor.
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Diálogo é…
- um ato de mútua aprendizagem;
- uma oportunidade para conhecimento do outro;
- uma conversa cujo resultado não se prevê;
- um exercício de respeito
- uma comunicação horizontal;
- algo que pode ter sucesso mesmo quando as opiniões divergentes são mantidas;
- crer na boa vontade do outro, mesmo se discordamos.
Em primeiro lugar, um dos grandes meios que temos para nos comunicar, de encontrar o caminho de pessoa a pessoa é a palavra. A linguagem é a arma mais poderosa e mais eficiente que o homem possui. É com a palavra que nos comunicamos com o próximo. Uma palavra pode: agradar, ferir, convencer, estimular, entristecer, instruir, enganar, louvar, criticar ou aborrecer as pessoas a quem for dirigida.
A linguagem é o instrumento essencial das relações humanas
Na comunicação entre as pessoas é tão importante quanto a enxada para o lavrador ou o torno para o mecânico. Se ela é tão importante, devemos cercá-la de todos os cuidados possíveis. Portanto, devemos nos esforçar para que nossas palavras pelo tom, oportunidade e adequação sejam um meio de comunicação.” (Me. Ma. Helena Cavalcanti)
Caminhar para a unidade da comunidade, respeitando a diversidade, exige que se evitem rótulos preconceituosos, que se busque em conjunto o Reino de Deus, ainda que por caminhos diferentes.
Espiritualidade do diálogo:
- nas relações da pessoa consigo mesma: amor à verdade, desejo de conversão, humildade, capacidade de autocrítica e de perdão, despojamento, plasticidade mental, alegria, vontade de aprender…
- no convívio com o outro: caridade, paciência, fraternidade, ternura, superação de preconceitos, solidariedade, lealdade…
- nas relações com Deus: descoberta da presença de Deus, compromisso com o Reino, oração, confiança na ação do Espírito Santo, vida sacramental, espírito de fé, esperança inabalável, amor incondicional.
Lembrete
Comunidade é o engajamento livre e espontâneo de cada um numa ordem superior. Aí cada um deve procurar a harmonia com os outros estando sempre prontos a vencer-se e a dominar-se. (Me. Ma. Helena Cavalcanti)
Nunca estamos prontos e acabados. Conversão deve ser atitude constante do cristão e o outro nos ajuda a ver onde precisamos crescer. Sendo assim, diálogo na catequese não é só uma questão metodológica, ela deriva de um certo modo de compreender Deus e a vida. É um especialíssimo caminho de santidade.
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Comunicação
Dessa forma, a missão do catequista é fazer ecoar a Palavra de Deus. Ele é sobretudo um comunicador, por isso “é necessário que a catequese estimule novas expressões do Evangelho na cultura na qual este foi implantado.”(DGC 208). Contudo, toda a formação do catequista deve estar finalizada nesta arte da comunicação da fé pois, na ação catequética, catequistas e catequizandos são sujeitos da comunicação.
Sendo assim, nesta comunicação dialogal o importante não são tanto os meios de comunicação, mas os gestos interpessoais. Acima de tudo, é preciso descobrir cada vez mais a linguagem da pessoa: é a linguagem primordial. “Devemos nos esforçar para que nossas palavras pelo tom, oportunidade e adequação sejam realmente um meio de comunicação.” (Me. Ma. Helena Cavalcanti)
Daí a necessidade de se exercitar na comunicação humana, afetiva e valorizar a Liturgia como um dos grandes meios de Deus comunicar-se conosco. Contudo, neste sentido é de suma importância o uso dos elementos culturais, particularmente os simbólicos, que possam favorecer mais facilmente a partilha.
Bibliografia
- Madre Maria Helena Cavalcanti: A arte de conviver;
- Diretório Geral para a Catequese;