Elabore novas formas de comunicação para uma catequese mais dinâmica em sua comunidade
Recebi o desafio de escrever sobre linguagem e evangelização na catequese. É um desafio que não se vence com um artigo, mas com bons projetos. Aceitei não porque tenho respostas, mas porque tenho perguntas e, talvez, algumas possam ajudar a pensar melhor este tema.
Quando li o convite da Revista Paróquias lembrei imediatamente de uma pesquisa sobre Igreja Católica e Sociedade Civil, que coordenei por um tempo no Instituto de Teologia e Pastoral de Passo Fundo – ITEPA. Um dos itens recorrentes nas entrevistas coletivas – grupos focais – era: “os agentes de pastoral utilizam linguagem que não entendemos”. Isso apareceu entre médicos, jovens estudantes de diversas classes sociais e membros de comunidades católicas.
A constatação é um dos indícios de que nem sempre os destinatários das nossas mensagens entendem aquilo que dissemos exatamente de acordo com a intenção que tivemos ao dizê-lo. Isso acontece porque as pessoas interpretam as mensagens que recebem a partir dos conhecimentos e experiências que têm a respeito.
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Um exemplo muito simples
Quando digo Deus, estou me referindo ao sentido que esta palavra tem para mim. A pessoa que recebeu esta mensagem compreenderá de acordo com o sentido que Deus tem para ela. Quando pronunciada pela(o) catequista, a Palavra Deus vem acompanhada de quais sentidos? E quando ela for pronunciada por um catequizando? É provável que haja grandes diferenças entre os sentidos, mas de modo geral, isso não é levado em conta na ação catequética.
A linguagem diz respeito às diversas formas de comunicação entre as pessoas e aos sentidos que utilizamos para nos comunicarmos. No caso da evangelização, ocupa um lugar de destaque, visto que evangelizar é uma ação essencialmente comunicativa. Se falharmos na linguagem, falhamos na evangelização.
A linguagem está entre as características da nova evangelização, proposta por João Paulo II: novo ardor, nova linguagem, novo método. Mas isso não acontece sem uma profunda “conversão pessoal e pastoral” (DAp). Quais seriam as pistas para esta dupla e complementar conversão no que se refere à formação de agentes de evangelização na catequese?
3 pistas fundamentais para a formação dos agentes
1.Compreenda as novas gerações e as suas formas de linguagem
Há uma tendência de, rapidamente, considerarmos as novas gerações como desprovidas de valores. Creio que o ponto não é este. Há sim uma nova forma de viver e comunicar os valores. Trata-se, pois, de aprendermos a dialogar com as novas gerações e isso significa, primeiramente, compreendê-las por elas mesmas para, em seguida, ajudá-las a amadurecer na fé.
2.Atualize o anúncio da Boa Notícia para os tempos atuais
As mensagens que remetem à obediência cega precisam ser substituídas por aquelas que ajudam a fazer uma opção convicta de fé. As novas gerações compreendem e aderem mais facilmente quando convencidas, não quando obrigadas.
3.Mude a estrutura e a infraestrutura da catequese
O meio linguístico verbal – fala, exposição – deixa de ser o privilegiado para ser mais um. Deve-se buscar a diversidade de meios para comunicar a mensagem cristã. Devo destacar, aqui, que para as novas gerações, o entendimento racional acontece por meio da experiência. Em outras palavras, elas não se contentam mais com o “ouvir dizer”, querem experimentar. A infraestrutura de sala também deve ser reinventada, com incremento de outros ambientes de vivência prática e testemunhal que favoreçam a experiência da fé.
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