Que tal ter um programa de qualidade na catequese?
Depois de quase uma hora aguardando para ser atendido por um médico, por meio de um plano particular, acabei desistindo e fui embora. Considero ter de ficar esperando por uma consulta previamente agendada, um descaso. Os médicos poderiam passar a respeitar o horário da consulta e agir com ética e respeito nas atitudes profissionais.
Como catequista eu não padeço deste mal. Meus encontros de crisma iniciam-se às 9h, pontualmente, e terminam às 10 h. Desenrolando mais ainda o meu rosário de lamentações contra aquilo que eu defino como “má comunicação”, a falta de preparo de alguns comerciantes no trato com seus clientes também me incomoda.
Estava precisando de um computador novo para o meu escritório. A promessa era de que o computador seria entregue em 10 dias úteis. Passou o prazo combinado e nada, nenhuma ligação da loja, nenhum contato.
Conclusão: o computador foi entregue depois do prazo acordado e para a minha surpresa, não era a máquina que eu havia comprado. Tais problemas poderiam ter sido amenizados com uma comunicação mais eficiente.
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Novos programas
O dono da loja disse que estava implementando na sua empresa o programa conhecido como 5 “Ss”, com orgulho, mostrando a sua preocupação com a qualidade dos serviços, o respeito aos clientes e com preparo de seus colaboradores. Entretanto, a qualidade se revelou falha em pequenas coisas, como a ausência de uma simples ligação para me informar sobre o atraso na entrega do produto comprado.
E é assim mesmo que as coisas funcionam. A maioria das pessoas e organizações tem problemas com a comunicação e isso serve também para a nossa caminhada pastoral. E a nossa comunicação na catequese, como funciona?
Qual a nossa prática de pequenas ações para que a nossa comunicação seja mais eficiente com os pais, catequizandos, colegas catequistas e com a comunidade em geral?
O programa de qualidade 5 “Ss”que o proprietário da loja de computadores se referiu nada mais é do que um conjunto de cinco conceitos simples que, ao serem praticados, são capazes de modificar o seu humor, o seu ambiente de trabalho, a maneira de conduzir suas atividades rotineiras e as suas atitudes. O programa foi consolidado no Japão a partir dos anos 50 e foi responsável por toda a reestruturação das empresas japonesas que haviam sido completamente destruídas no período pós 2ª Guerra. O Programa demonstrou ser tão eficaz, enquanto reorganizador das empresas e da própria economia japonesa.
Que tal um programa semelhante ou pelo menos, parecido na catequese?
São, na verdade, ações e sentimentos simples que precisamos ter, para que a nossa caminhada como catequistas aconteça de forma mais organizada.
O primeiro “S”
O primeiro “S” que eu sugiro para transformar a nossa catequese é o da Sensibilidade. Parece estranho dizer isso, mas muitos catequistas se mostram insensíveis diante das ameaças do mundo. A catequese nada mais é do que a valorização da sensibilidade das pessoas. Os catequistas precisam ser sensíveis e isso significa observar melhor o comportamento das crianças e jovens, de seus pais e da sociedade como um todo.
O segundo “S”
O segundo “S” é o da Serenidade, tão necessária para que nos momentos de angústia e desânimo, possamos resolver questões difíceis que sempre aparecem na caminhada pastoral. São os chamados conflitos. Eles existem, aparecem a todo o momento, e precisamos resolvê-los. Assim a tarefa se torna menos dolorosa;
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O terceiro “S”
O terceiro “S” é o da Superação, fundamental para o desempenho da nossa missão como catequistas. E são várias as barreiras que aparecem durante a nossa caminhada: falta de tempo, ausência de formação adequada, desinteresse dos pais e jovens pelas coisas de Deus, falta da estrutura de algumas paróquias e tudo mais.
O quarto “S”
O quarto “S” é do Sorriso. Às vezes é difícil sorrir quando o mundo nos pede para chorar. Mas precisamos sorrir mais para cativar, encantar, transformar relações e mostrar que estamos em um caminho diferente dos demais que nos são oferecidos. Catequista que vive sempre com a cara amarrada não cumpre a sua missão com eficiência.
O quinto “S”
E, por último, o quinto “S”, o da Sabedoria, para indicar um caminho mais ético, justo e próximo das coisas de Deus. Isso não significa que tenhamos de ser “PHDs” em teologia e profundos conhecedores de tudo. Sabedoria significa saber dosar a nossa vontade de transformar o mundo, e tornar nossas ações úteis, com o conhecimento que devemos ter de métodos e dinâmicas para tocar corações sedentos das coisas de Deus.
Sendo assim, se juntarmos estes cinco “S” a nossa catequese será melhor. E se junto com estes “S” colocarmos em prática pontualidade, clareza na comunicação, desenvoltura, interesse na formação pessoal , conseguiremos atingir uma comunicação mais eficiente. Sem comunicação, nada funciona.