fbpx

Por uma catequese bíblica e de retorno às fontes da fé

por Redação
catequese bíblica

O desafio de uma catequese bíblica permanente aumenta quando se compara a vida em comunidade ao calendário escolar. Um exemplo prático: as chamadas férias ou os recessos de catequese durante o mês de julho.

Justamente no período após as festas pascais e de outras solenidades (Ssma Trindade, Corpus Christi, Sagrado Coração de Jesus), quando o aprofundamento da fé depende de uma catequese mistagógica, o que se vê são recessos e interrupções da caminhada dos processos de catequese.

Como podemos romper com processos de escolarização para compreender que catequese é percurso, itinerário, caminhada?

Uma catequese renovada e voltada para o caminho feito a partir do Ano Litúrgico é uma resposta possível para que as novas gerações sejam “educadas” para o encontro pessoal e encantamento pela pessoa de Jesus Cristo.

O Diretório para a Catequese afirma: “Não é possível pensar na catequese apenas como preparação para os sacramentos, mas ela se compreende em relação à experiência litúrgica. Portanto, a liturgia e a catequese são inseparáveis e se alimentam mutuamente” (DC, n. 96).

Catequeses 2025

A Bíblia, livro da catequese

Catequese é a arte de fazer memória da fé. O Papa Francisco denomina cada catequista como “testemunha da fé e guardião da memória de Deus” (DC, n. 113). Este é o compromisso de cada catequista no convívio comunitário com seu grupo de catequistas, e no exercício de sua missão e vocação junto às famílias e catequizandos.

A paixão pela catequese se revela e se concretiza no amor pela Bíblia, enquanto Palavra de Deus revelada na vida de homens e mulheres de fé no decurso da história. O amor pelas Escrituras torna a pessoa de catequista uma testemunha das maravilhas que Deus realiza no hoje de nossas vidas.

Há quase quarenta anos, os bispos no Brasil aprovaram o Documento Catequese Renovada (n. 26 da CNBB), que precisa ser retomado para estudos e aprofundamento em cada paróquia. Neste Documento é possível ler o seguinte:

“Toda a Bíblia é a narração, sob a inspiração do Espírito Santo, das experiências concretas de um Povo à procura de Deus e da ação desse Deus se revelando a este Povo. Por isso, a Bíblia, como principal fonte da fé, deve ser lida no contexto da vida, porém à luz da Tradição e do Magistério, que são a garantia para nós de uma correta interpretação” (CR, n. 176).

Neste sentido, o mês de julho é um período muito rico de testemunho de fé de homens e mulheres que estiveram próximos de Jesus de Nazaré, e são fontes de uma catequese bíblica, querigmática e mistagógica, para que catequistas e catequizandos descubram na fonte das Escrituras o poder do encontro sincero com Jesus, que renova nossas mentes e atitudes.

Leia também:
A espiritualidade do catequista na vivência da pedagogia do encontro
A comunhão espiritual e o desejo de unidade da fé

O testemunho da comunidade apostólica

No mês de julho, a catequese pode se valer do testemunho de santas e santos, para tornar os encontros dinâmicos, a partir da contação de história, da narração das vidas e dos ensinamentos de algumas pessoas muito próximas de Jesus Cristo.

Podemos citar: Santa Maria Madalena (dia 22/07), São Tiago Maior (dia 25/07),São Joaquim e Santa Ana (dia 26/07), Santos Marta, Maria e Lázaro (dia 29/07).

O Diretório para a Catequese destaca a importância de a catequese ser alicerçada no testemunho de fé dos santos e dos mártires: “Desde os primeiros séculos, o exemplo da Virgem Maria e a vida dos santos e dos mártires têm sido parte integrante e eficaz da catequese. Os testemunhos de vida e morte pelo Senhor oferecidos pelos santos e mártires foram autênticas passagens do Evangelho capazes de anunciar Cristo e de suscitar e alimentar a fé nele” (DC, n. 96).

Assim, é possível entender que o Mistério Pascal de Jesus Cristo é o centro e o ponto de irradiação para toda a mensagem da catequese. A partir de Jesus, os mistérios da criação do mundo e da vida humana, a promessa e aliança com o povo de Deus, o testemunho dos profetas e toda a vida da Igreja são transformados em conteúdo de anúncio da fé.

Com ajuda do testemunho de santos e santas, cada catequista precisa despertar para o estudo, a pesquisa e a elaboração de pequenos registros que ofereçam conteúdo sólido sobre “a primeira expansão e formulação da própria fé” (DC, n. 100). Além do devocionismo e da riqueza das festas populares, é preciso descobrir a autêntica mensagem do Evangelho na vida dos apóstolos, dos mártires e de santos e santas.

Como fazer da catequese um lugar de testemunho da fé?

O planejamento da catequese, e de cada encontro com famílias e catequizandos, precisa levar em conta:

PRIMEIRO: a visão global da vida a Igreja, que significa compreender qual os temas e as necessidades da Igreja em nível universal, por exemplo: Qual o desejo e a mensagem do Papa em nossos dias? Já lemos as catequeses do Papa dos últimos meses? Como demonstramos que nossos encontros estão em sintonia com a caminhada da Igreja?

SEGUNDO: a sintonia com o Ano Litúrgico da Igreja, que se mostra em cores, símbolos e conteúdos próprios na liturgia, por exemplo: Como nossa catequese ajuda a fazer sentido na vida das pessoas quando a Igreja muda de um Tempo litúrgico para outro? Qual o envolvimento de famílias e catequizandos na liturgia das celebrações na comunidade?

TERCEIRO: a vida de fé e pertença comunitária de catequistas, que se expressa num desejo de comunhão e de participação tanto do sentido de viver em grupo de catequistas, quando de se fazer próximo da realidade das famílias. Viver em grupo é um desafio, significa saber ceder, dar a vez e a voz aos demais do grupo.

A vida em grupo no contexto da catequese é um laboratório do que significa fraternidade, comunhão, compromisso, pertença.

Catequista, como estas palavras estão presentes na sua vida, vocação e missão?

Estude e conheça a vida dos santos e santas celebrados no mês de julho e evite as pausas, férias e recessos na catequese. Assim será possível crescer no seguimento de Jesus Cristo e vida comunitária, superando a visão sacramentalista da catequese.

Ariél Philippi Machado – (Catequista na Arquidiocese de Florianópolis (SC), membro da Rede Lumen de Catequese,

Teólogo e Especialista em Catequese – Iniciação à Vida Cristã) 

Você também pode gostar

3 comentários

Confira a programação do Mês do Catequista - Catequistas Brasil 28 de julho de 2022 - 17:26

[…] mais: Por uma catequese bíblica e de retorno às fontes da fé A espiritualidade do catequista na vivência da pedagogia do […]

Resposta
Lucelia Sales da Cruz 4 de agosto de 2022 - 12:47

Conteúdos maravilhosos .

Resposta
Catequistas Brasil realiza primeira live no Mês do Catequista - Catequistas Brasil 8 de agosto de 2022 - 10:31

[…] Leia mais: Confira a programação do Mês do Catequista Por uma catequese bíblica e de retorno às fontes da fé […]

Resposta

Deixe um comentário

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Supomos que você esteja ok com isso, mas você pode optar por não usar os cookies, se desejar. Aceito Saiba Mais

Abrir conversa
Tem dúvidas sobre o Catequistas Brasil?
Olá, meu nome é Fabio! Como posso te ajudar?

Adblock Detectado

Desative a extensão AdBlock de seu navegador para uma melhor experiência em nosso site.