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O TEMPO DO ADVENTO NA CATEQUESE

Espiritualidade, sentido e práticas do Advento nos encontros de Catequese e na vida dos Catequistas

por Redação
Tempo do Advento

Vivendo o Advento com sentido e propósito

Falar de Advento é falar de começo, mas também de promessa. É tempo de uma espera que não se dá de braços cruzados. É tempo de um silêncio que não se resuma jamais em omissão. É tempo de uma fé capaz de acender a luz da vindo do Senhor quando o mundo parece apagar as velas do sentido. O Advento inaugura o Ano Litúrgico, porque quem abre as portas e janelas para Deus entrar. E, para quem é catequista, ele não é apenas um tempo do calendário, mas é um convite de Deus para educar na esperança.

O Advento tem dois movimentos, e ambos exigem anúncio

Muitos catequistas associam o Advento apenas à preparação para o Natal, e isso é verdade, mas não é tudo! A Igreja revisita a ternura de Deus que se fez pequeno, pobre e próximo (Lc 2,6-7). É o tempo de olhar para Belém, para a manjedoura, para Maria que gesta o Verbo (Lc 1,31-33) e José que guarda o mistério (Mt 1,24-25). Celebramos o mistério da Encarnação! Mas o Advento também aponta para frente, para o Cristo que voltará como Rei e Juiz, quando toda lágrima será enxugada e o Reino será pleno (Ap 21,4; Mt 25,31-34). É um tempo escatológico, de vigilância e confiança (Mt 24,42-44; Mc 13,37). O grande desafio é não reduzir o Advento a enfeites, guirlandas e apresentações natalinas. O catequista é chamado a trabalhar o Advento como tempo de viva esperança (Is 9,2), de conversão interior (Lc 3,3), de espera vigilante (Lc 12,35-37) e de uma moderada alegria que amadurece (Fl 4,4).

Espiritualidade do Advento: quatro palavras-chave

A espiritualidade do Advento só ganha vida na catequese quando primeiro toca o coração do catequista. Antes de explicar símbolos, cores e velas, é preciso deixar-se tocar pelo mistério deste tempo. O Advento não é uma simples preparação para o Natal, mas um convite a respirar esperança, escutar o silêncio de Deus e caminhar com o povo que aguarda a Promessa (Is 9,2; Lc 1,17). Por isso, há quatro palavras-chave que ajudam a mergulhar nessa mística.

Advento é espera. É aguardar ativamente aquele que há de vir (Mt 24,42-44). (Adventus: “ad-”, que indica direção ou aproximação, e o verbo “venire”, que quer dizer “vir”). É o tempo litúrgico que celebra a vinda de Cristo, seja no Natal, quando Ele nasceu em Belém (Lc 2,6-7), seja na segunda vinda, quando Ele retornará em glória ao final dos tempos (Ap 22,12-13). É espera e acolhida do Senhor que vem! Quem coloca sua confiança em Cristo não estaciona na vida, e sim caminha com passos de fé, abre espaços para a novidade de Deus e remove o que impede o encontro (Is 40,3-5).

A luz também marca profundamente esse tempo. As velas da Coroa do Advento não são meros enfeites: elas enfrentam a escuridão do egoísmo, da indiferença e do medo, e cada chama acesa anuncia que a noite não tem a última palavra e que o coração humano foi criado para resplandecer (Jo 8,12; Is 60,1-3).

Outro traço fundamental do Advento é a conversão. João Batista não tinha guirlandas nem luzinhas piscando, mas tinha voz que cortava o deserto: “Preparem o caminho do Senhor!” (Lc 3,4-6). Converter-se é aplainar o terreno da alma, endireitar as intenções e abrir espaço para Deus nascer de novo em nós (Mt 3,2).

Por fim, a alegria. Não se trata do barulho das lojas ou da pressa consumista, mas da certeza calma de que Deus vem ao encontro do seu povo (Lc 1,47-48; Fl 4,4). É a alegria que brota da fé, sustenta a caminhada e colore de esperança cada vela acesa, cada oração feita e cada abraço partilhado no caminho para Belém.

Maria: Ícone do Advento

Ninguém viveu o Advento com mais verdade que Nossa Senhora. Ela não esperou um “dia 25”, ela esperou uma pessoa. Ela não apenas acreditou: ela gerou a esperança (Lc 1,45; Lc 1,46-47). E, inspirado nela, o catequista precisa resgatar essa visão: o Advento é mais sobre gestar Cristo do que decorar a sala.

COMO TRABALHAR O ADVENTO NA CATEQUESE: DICAS PRECIOSAS E PRÁTICAS

Essas orientações servem para todas as idades, com adaptações criativas:

1- Comece pela pergunta certa

Antes de “o que fazer?”, pergunte ao grupo: “O que estamos esperando?” Muitos esperam presentes. Outros esperam férias. Poucos dizem: Jesus.

2 – Use a Coroa do Advento com sentido (e não como enfeite)

Cada vela tem um anúncio: Esperança, Paz, Alegria, Amor.

A cada encontro, acenda, reze e provoque reflexão: “O que ainda está apagado em nós?”

3 – Trabalhe o silêncio orante

O Advento é o contrário do barulho comercial. Uma oração em penumbra, uma música suave, uma pausa antes de falar… educa o coração.

4 – Sugestões bíblicas para leitura e partilha:
  • Is 9,1-6
  • Lc 1,26-38
  • Is 40,1-5
  • Mc 1,1-8
  • Rm 13,11-14
5 – Crie gestos de esperança
  • Uma árvore dos compromissos;
  • Cartinhas para Jesus em vez de Papai Noel;
  • Um mural da espera;
  • Uma oração por semana enviada para as famílias;
  • Uma ação solidária (pouco barulho, muito amor).

Catequista que vive o Advento não conduz apenas encontros bonitos, ele desperta os corações,  chama o grupo para preparar o caminho do Senhor com atitudes, escolhas, reconciliação e esperança. Refletir e catequizar sobre o Advento é mais do que falar de espera: é acender a chama no coração dos que já desistiram de acreditar que Deus vem e constrói a esperança.

Leia também: Solenidade de Cristo Rei

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Por Douglas Palmeira / Redação – Catequistas Brasil

 

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