Pensar a catequese na paróquia deve ser uma atuação constante dos catequistas
Na citação bíblica, “nosso coração arde quando ele fala, explica as Escrituras e parte o pão” (Lc 24,32-35),do ponto de vista dos discípulos, as Escrituras e a Eucaristia devem ser o referencial que necessitamos para trabalhar, dinamizar e vivenciar uma catequese que transforma as nossas comunidades. Mas, convenhamos, isso não é novidade. Nós já sabíamos. Não deveria, por isso, ser o pote de ouro que tanto procurávamos?
Em qualquer documento sobre a catequese é só procurar que está lá, tudo deve convergir para o essencial que é o Cristo, na Palavra e na Eucaristia. E não são poucos os documentos disponíveis. Desde a Catequese Renovada, que foi e continua sendo um marco na reflexão bíblico-catequética (1983), ao Diretório Geral para a Catequese de 1997, até o último documento, o Diretório Nacional de Catequese (2006). Cada um, respondendo a uma época, traça perfis e experiências interessantíssimas sobre a arte da catequese. E os documentos não se contradizem, se completam, atualizam, dinamizam e apontam para um caminho único, Jesus Cristo.
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Uma catequese atuante
Somos constantemente abordados sobre como fazer, como dinamizar e o que mais oferecer na catequese, já que a realidade hoje nem sempre facilita a evangelização. Os subsídios pipocam por aí e cada um com um enfoque diferente, uma forma diferente de abordar, de educar, de evangelizar. Todos, na sua essência, são bons.
Porém, o processo não é tão simples como parece. Não havendo uma organização, a catequese desanda como fermento em excesso no bolo. Não há criança que resista a uma catequese sem planejamento, onde cada catequista faz o que bem entende. A catequese não reside na boa vontade. Não pode ser feita porque não há mais nada o se que fazer na vida. Ela é antes de tudo, opção de vida. Como a medicina, a catequese é um dom a ser exercido. Catequese não é espaço para treinamento, é lugar de anúncio.
5 dicas para pensar a catequese na paróquia
- Forme um grupo coeso: padre e catequistas, porque a catequese não se valida por projetos pessoais;
- A catequese está centrada na comunhão de ideias e em um esforço conjunto para que a criança, sinta-se pensada e amada antes mesmo de cruzar o limiar das portas de nossas salas de encontro;
- Conheça os documentos da Igreja sobre a catequese, porque conhecer é estudar, é ler, saber do que se trata. Se o catequista não tem tempo para isso, é melhor encontrar outro espaço a que dedicar-se;
- Deve-se planejar, porque todo planejamento contorna os imprevistos e as dificuldades;
- Deve-se ir além, por mais que tenhamos excelentes subsídios, a realidade de cada paróquia não pode ser esquecida.
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Atenção!
A catequese deve criar uma linha do tempo, um paralelo entre a vida da criança e a de Jesus. Ele não deve ser apresentado como se fosse apenas um personagem de uma história infantil. Como Jesus assim o foi, a criança deve ser inserida na sua realidade como pessoa, quem ela é, onde vive, e como ela é amada por Deus. Ela precisa entender que Jesus tinha uma família, primos, amigos, frequentava a igreja. E que ele aprendeu a rezar, brincou e também foi batizado. A partir da vida de Jesus você pode trabalhar os sacramentos, um novo olhar sobre os mandamentos e sobre o discipulado.
E é assim que, na visão da criança, a vida de Jesus vai tomando as dimensões necessárias para que ela O perceba como o Filho de Deus, conheça o seu projeto, a sua missão e entenda que será a continuadora de tudo isso, no seu tempo, na sua história.
Saiba do que os seus catequizandos gostam. Ouça-os. Use filmes. Provoque intercâmbio entre as turmas. Você sabia que há crianças que não sabem o nome do seu catequista? Assim, deixe arder o seu coração como o dos discípulos de Emaús e a sua catequese terá um sabor jamais experimentado, o de deixar-se evangelizar.
Pe. Air José de Mendonça, MSC, é presbítero da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração e Pároco e Reitor do Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração em Vila Formosa, São Paulo/SP.
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