O texto de hoje tem uma única e exclusiva missão: parabenizar os catequistas desse imenso país – do Norte, do Nordeste, do Leste, do Oeste, do Sul e do Sudeste. Quero dizer a cada catequista que o seu ministério, como discípulo, missionário, profeta, pedagogo e mistagogo, transformado em serviço concreto de evangelização, de caridade e de missão, ecoa no coração de Deus e, com certeza, produz em cada um o desejo de ser cada vez mais inspirado e devotado ao projeto de vida e de esperança que o Filho amado desejou aos seus servidores no processo de iniciação à vida cristã.
O mistério de amor revelado pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito, deve ser o centro da mensagem ecoada pelo catequista em sua comunidade, tornando presente, em todo o lugar, o Reino de salvação querido por Deus. O mistério insondável da Santíssima Trindade há de apoiar, consolar e inspirar o seu ministério tão cheio de ardor missionário: “O agir catequético está na raiz da palavra catequese, que vem do grego katechein e quer dizer “fazer eco”, ou seja, os catequistas são os servidores e os profetas que, por suas vidas, vocação e testemunho, fazem a Palavra de Deus ecoar e chegar aos corações e à vida de seus interlocutores”.[1]
Você, catequista, repleto de predicados – discípulo, missionário, profeta, pedadogo e mistagogo- deve conformar a sua vida com a vida de Jesus, Mestre e Senhor, que sempre quis fazer o bem a todos, sem distinção. Ele, ao dar o exemplo de como servir e propor-se como modelo de amor, ensina a você e a mim que o nosso serviço deve expressar o amor que Ele sentiu por todos os seus (Jo 13,1-17).
A espiritualidade do “lava-pés” tem de se fazer viva todos os dias, sobretudo no exercício do ministério da catequese, nos mais variados contextos e fases. Neste mês vocacional, você e eu somos convidados a mergulhar no mistério do amor de Deus que chama o seu povo, como chamou Abraão, Moisés, Jeremias, Paulo e tantos outros a profetizar e reconstruir o mundo tão dilacerado e necessitado de amor, de perdão e de transformação: “A vocação do catequista é semelhante à vocação do profeta. Por isso, torna-se verdadeiro e incansável anunciador da Palavra e denunciador das injustiças. É o apóstolo a serviço da vida e da esperança do povo de Deus (cf. Jr 1, 4-10)”.[2]
A vocação, o ministério e a missão do catequista são sinais do compromisso batismal assumido na Igreja como serviço devotamente dedicado aos catequizandos. Estar a serviço da humanidade constitui a missão fundamental da resposta ao chamado de Deus que convoca os seus para colaborar com Ele no projeto de evangelização e missão. A Igreja, por sua vez, encontra sua inspiração e modelo em seu Senhor e Mestre que “esvaziou-se a si mesmo e tomou a forma de servo” (Fl 2,7). Todo catequista é convidado a seguir Jesus, Mestre e Senhor, e ser para os catequizandos sinal e portador do seu amor invisível, a ponto de a comunidade poder afirmar: “tal Cristo, tal catequista”.
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Caros catequistas, ao comemorarmos, mais uma vez, no contexto do mês vocacional, o Dia do Catequista, possa o Espírito Santo de Deus, iluminar e abençoar todo o seu projeto de vida, a fim de que vocês, em nome da Igreja, tornem-se de fato, discípulos, missionários, profetas, pedagogos e mistagogo: “A Igreja quis reconhecer esse serviço como expressão concreta do carisma pessoal, que tanto favoreceu o exercício da sua missão evangelizadora. Olhar para a vida das primeiras comunidades cristãs, que se empenham na difusão e no progresso do Evangelho, estimula também hoje a Igreja a perceber quais podem ser as novas expressões para continuarmos permanecendo fiéis à Palavra do Senhor, a fim de fazer chegar o seu Evangelho a toda criatura”.[3] Coragem!
Humberto Robson de Carvalho – Pertence ao clero da Arquidiocese de São Paulo, é pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Região Episcopal Santana, Mestre em Educação, Especialista em Catequese, Liturgia e Espiritualidade, Escritor da Paulus, palestrante e pregador de retiros.
[1] CARVALHO, H. R., BARBOZA, M. A., RODRIGUES, C. A., ARAÚJO, J.M. Catequista: vocação, ministério e missão. São Paulo: Paulus, 2019, p. 80.
[2] CARVALHO, H. R. Ministério do Catequista: elementos fundamentais para a formação. São Paulo: Paulus, 2018, p. 98.
[3] PAPA FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de motu proprio. Antinquum Ministerium pela qual se institui o Ministério do Catequista. Brasília: Edições CNBB; São Paulo: Paulus, 2021, n. 2.
2 comentários
Boa noite ,alegria e paz.leio todos os textos apresentados e cada um com um conhecimento sem tamanho, uma catequese recheada de conteúdos maravilhosos. So tenho a agradecer por está conhecendo e aprendendo sobre a catequese..
Sou catequista com muito amor,que bom que existe esse meio de evangelização