Exercite novas experiências para dinamizar as missas com crianças
Primeira Eucaristia! Quanta movimentação! Quanta doação por parte da Equipe de Catequese jamais devidamente valorizada! A comunidade paroquial se envolve, assim como os pais, os parentes e, logicamente, as crianças. Tudo para a chamada “Primeira Comunhão”, nome que não nos agrada. Para muitos ela é, também, a “Última”! Isso tudo merece reflexão.
Ao assumirmos uma paróquia constatamos que a catequese caminhava em comunhão com a da arquidiocese. Todavia, pareceu-nos vital levar as crianças a se assentarem não somente à Mesa do Pão, mas também à Mesa da Palavra. Em outras palavras: que pudessem participar da missa com os adultos. Se existem cadeirinhas facilitando as crianças a se sentarem à mesa, as engenhosas “colheres tortas” possibilitando-as de levar o alimento à boca, por que não adaptar a Palavra ao alcance dos pequenos? Em vão procuramos recursos atinentes. Como exegeta, nossa experiência didática era com teólogos. A “plateia” agora era de crianças. E não queríamos que o Mestre nos repetisse a reprimenda passada aos discípulos: Mc 10,1.
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Experiências referentes à Liturgia da Palavra em Missas com crianças
O Diretório das Missas com Crianças (“Pastoral dos Sacramentos da Iniciação Cristã” da CNBB), alerta: “(…) as palavras e os sinais (da Missa) não estão suficientemente adaptados à capa-cidade das crianças. Na realidade, as crianças, na sua vida cotidiana, nem sempre compreendem tudo o que experimentam na convivência com os adultos sem que isto lhes ocasione algum tédio (…). Poder-se-ia, entretanto, causar às crianças um dano espiritual se, repetidamente e durante anos, elas não compreendessem quase nada das celebrações (…). Sendo assim, a Igreja não pode abandonar as crianças nesta situação, entregues a si mesas (…)” (Dir. 2-3).
Voltamos nossa atenção, em primeiro lugar, ao direito das crianças se sentarem à Mesa da Palavra. Seguiríamos as leituras propostas pelo Ano Litúrgico, enfatizando o Evangelho. Imitaríamos o Mestre que ilustrava o Reino com parábolas.
Foi um trabalho insatisfatório procurar histórias que iluminassem o Evangelho. Passamos a escrever as nossas que eram ilustradas, projetadas, contadas. Recreavam os pequeninos e ofereceriam elementos para o diálogo entre elas e o padre, no “sermão”. Posteriormente esse material se transformou em três volumes com historinhas ilustradas para os Evangelhos dominicais (“A mim as crianças”, Anos A, B e C) e três, com texto a ser usado por fantoches: “Na hora de explicar o Evangelho”, Anos A, B e C.
Ao iniciarmos a experiência, preparamos a comunidade para que, como família, desse es-paço às crianças. A missa não seria das crianças, mas com crianças. Muitos adultos entusiasmados com o fruto, afirmavam que o método também os beneficiava.
A mensagem aos coraçõezinhos!
Ao serem usadas as historinhas, elas eram contadas antes da proclamação do Evangelho. Ao se optar pelos fantoches eles entravam em ação após a proclamação do texto sagrado. Dialogando jocosamente entre si, com as crianças e com o padre, os bonecos “transmitiam” a mensagem bíblica aos coraçõezinhos sensíveis das crianças.
Ordinariamente a participação delas era espontânea, para entusiasmo dos pais, dos catequistas e para a alegria e diversão da comunidade celebrante que não deixava de acompanhar a re-flexão. Dessa forma, encontramos, com certa facilidade, catequistas e “tias”, boas “contadoras de historinhas”, e que, desembaraçadamente, trabalhavam com fantoches.
As historinhas com desenhos projetadas, habilmente contadas, davam subsídios para que também passagens evangélicas difíceis chegassem aos corações infantis. Criavam uma ponte com mão dupla, entre o padre e seus ouvintes mirins. Para benefício de todos, até dos adultos presentes em tão alegre e festiva celebração.
As historinhas são variadas na forma e no conteúdo. Quando o texto evangélico é compreensível ela é introdutória ao que vai ser proclamado. Existem as que são narrativas, outras, jogralizadas, outras ainda, ritmadas, rimadas, mistas, dialogadas. O objetivo é recrear a missa com as crianças e facilitar a compreensão do texto evangélico daquele determinado domingo, daquela determinada festa.
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É de se ter presente
Primeiramente, as crianças de hoje estão habituadas ao audiovisual. O referido Diretório recomenda: “Além dos elementos visuais próprios da celebração e de seu ambiente, introduzam-se oportunamente outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção e sustentem visualmente sua oração. Nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual. Por essa mesma razão, pode ser útil o emprego de imagens preparadas pelas próprias crianças, como, por exemplo, para ilustrar a homilia, as intenções da prece dos fiéis ou para inspirar a meditação” (Dir. 35-36).
Se meios de comunicação se servem de variados recursos para veicular conteúdo nem sempre sadio, por que ignorá-los no momento da missa com as crianças? De transmitir a Palavra de Deus? Portanto, a todos uma experiência que valeu a pena.
3 comentários
Gostaria de informações sobre o livro mencionado na matéria. Tenho grande interesse
É das edições CNBB, você encontra em livrarias católicas! ♥
Preciso do material falado para as liturgias dos anos A B C com as crianças na santa missa!!