Qual o sentido da sua vida? Perguntou Ziza Fernandes no Catequistas Brasil, congresso que reuniu um número de participantes, estrutura e qualidade de palestrantes sem precedentes.
“Qual o sentido da sua vida?”, ela insistia aos catequistas que lotavam a sala da sua palestra no primeiro dia de congresso. Eu, sentado no chão, era observador interessado e privilegiado. Vi catequistas apaixonados falando sobre as horas de dedicação a transmissão da fé cristã, da incompreensão dos coordenadores, sacerdotes e até da família. Vi vários catequistas derramarem-se lágrimas ao lembrar o esforço e dedicação, a continuidade contra tudo e contra todos. Eu, sentado no chão, era o próximo palestrante mas era também um catequista como eles.
Catequese de inclusão, Bibliodrama, redes sociais, música, kerigma, etc. Contudo, os temas foram múltiplos. A realidade da catequese é assim. Plural e multifacetada. Não haviam donos da verdade porque todos eram catequistas, anunciadores da Verdade que, como disse santo Agostinho, “não é minha nem tua para que possa ser tua ou minha”.
Portanto, todos partilhavam. Anotavam dedicados mas também conversavam sobre suas realidade numa fração da convivência diária da fé e da humanidade, esses eixos de todo catequista.
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Alegria do Catequista
Catavam! Cantavam o tema que nasceu de quem vive pela e para a catequese. Composto por amigos que chegaram na idade em que se perguntam: o que deixaremos? Herança ou legado? Eu chorei vendo-os cantar e mandei uma mensagem ao parceiro Filipe Freire: deu certo amigo! Obrigado pela parceria! Ele me respondeu simples assim: Aço e Nylon! E chorei mais uma vez enquanto os catequistas cantavam e dançavam.
Que lição os catequistas receberam dos organizadores. “Para Deus o melhor, o máximo” – Deo Optimo Maximo, DOM. E a equipe que trabalhou para e na realização deste congresso não só vestiu a camisa mas estampou na pele o que é ser catequista: dar-se todo pelo Todo. Sorriam sempre. Dedicados. Interessados. Chamavam para si a responsabilidade de ser solução e não parte do problema. Ah, catequistas! Aprendei a lição!
Na volta para casa, o ônibus engolia estradas, vestia-se de noite. Eu pensava em tudo que vivi. Revia mentalmente os rostos, os abraços, as lágrimas e sorrisos. Pensei na repercussão em cada paróquia, em cada pastoral.
E pensei: foi o primeiro. Outros virão. E formarão novas gerações. O catequista que se sentia só foi abraçado mas também arremessado na contemporaneidade dos nossos dias: é urgente anunciar mais e melhor o Cristo.
E sorri. Num banco de ônibus. Descendo a serra. Vendo com o coração o futuro. Contudo, tendo a certeza de que me alegrarei para sempre ao dizer: eu estava lá! No primeiro Catequistas Brasil!
Por Augusto Cezar Cornelius (banda DOM)
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