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5 motivos para aprofundar seus conhecimentos na Doutrina Católica

por Redação

Para auxiliar você neste itinerário, listamos aqui 5 bons motivos para animar sua decisão em empenhar-se no conhecimento da doutrina católica

Para viver a fé de modo seguro e autêntico, cada pessoa segue um ritmo de aprofundamento nas questões de doutrina católica. Este ritmo é ditado, primeiramente, pela graça de Deus, mas normalmente depende também da maturidade e da escolha em acolher ou não a proposta de ser formado. É comum que o indivíduo inicie a experiência ainda sem conhecer muitas coisas, ou ter definido de modo claro as razões que possui para crer, permanecer e amar a Jesus e sua Igreja.

 

 

O caminho mais natural – e coerente – é caminhar para aprofundar-se cada vez mais.

Confira:

1– Conhecer a raiz da Doutrina Católica em sua história

Jesus é o fundador e o fundamento da Igreja Católica, como nos revela o texto de São Mateus em seu capítulo 16, versículo 18 na declaração saída da própria boca de Cristo: “Tu és Pedro e sobre ti edificarei minha Igreja”. À fundação de sua Igreja, Jesus também acrescentou a promessa de que os poderes infernais nunca a venceriam e deu-lhe um chefe visível na pessoa do apóstolo Pedro e de seus legítimos sucessores.

Historicamente, a Igreja de Cristo não era chamada por nenhum título específico, contando apenas com alguns adjetivos, algumas qualidades que lhe são próprias, assim, a Igreja foi chamada de “Católica”, termo grego que significa universal, indicando a missão da Igreja de ir à todos os povos e anunciar- lhes o Evangelho; é chamada “Apostólica” porque desenvolveu-se a partir da pregação dos seus primeiros líderes constituídos em autoridade pelo próprio Cristo e também foi chamada de “Romana”, pois os apóstolos Pedro e Paulo dirigiram-se e se estabeleceram em Roma, onde fundaram uma importante comunidade cristã no coração do império mais poderoso da época.

De lá saíam as orientações para toda a Igreja, como afirma Santo Irineu: “Com tal Igreja (de Roma), por causa da sua peculiar preeminência, deve estar de acordo toda Igreja (referindo-se às igrejas presentes em todo o mundo), porque nela foi conservado o que a partir dos apóstolos é tradição” (Contra as Heresias 3, 2). Ainda, São Policarpo, bispo de Esmirna e que foi discípulo de São João Evangelista e conheceu pessoalmente muitas pessoas que foram testemunhas oculares da vida e da pregação de Jesus, em várias de suas cartas apostólicas escreveu afirmando a precedência de Roma. Por fim, São Cipriano de Cartago, para citar apenas alguns exemplos, também afirma que “não pode ter a Deus por Pai aquele que não tiver a Igreja como Mãe”.

Após a Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão aos Céus, Jesus não deixou sua Igreja entregue a si mesma, mas seguiu, e segue até hoje, governando-a através do Espírito Santo enviado em Pentecostes. Igreja é um prolongamento na História da ação de Cristo, como afirma São Paulo: “Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Rm 12,5). “E ele é a cabeça do corpo, da Igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1,18).

Portanto, a palavra da Igreja é um eco daquilo que Cristo fez e ensinou através de seus sacramentos e de sua doutrina católica.

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2-  Descobrir o valor da Tradição Apostólica e das Sagradas Escrituras

Muitos católicos, assim como muitos membros de outras denominações cristãs, atualmente supõem que as Sagradas Escrituras sejam a fonte primordial da Revelação Divina. Entretanto, ao crerem nisto enganam-se significativamente, pois a Tradição precede as Escrituras, aliás, as próprias Escrituras só puderam ser compostas a partir da Tradição pré-existente. Afirmar o contrário seria o mesmo que crer que as Escrituras foram compostas como um relato jornalístico dos fatos, o que sob o ponto de vista científico soa como anedota. Só para exemplificarmos de modo bastante claro, seria o mesmo que acreditar que, enquanto Deus criava o mundo, alguém tomava nota de tudo… Mas quem seria esse alguém, se Deus só criou o homem por último?

A Tradição vem antes e por isso é mais importante, seguida em importância pela palavra escrita, mas sem suprimir jamais a autoridade da Tradição. Quando nos referimos à Tradição com “T” maiúsculo, nos referimos claramente ao conjunto de verdades reveladas por Deus a uma ou mais pessoas para benefício de todo seu povo e que é conservada por intervenção do próprio Deus que se encarrega de manter, conservar e fazer transmitir aquilo que deseja a seus filhos.

A isso se acrescente ainda a recomendação que São Paulo dá aos fiéis da Igreja de Tessalônica: “Portanto, irmãos, estai firmes; guardai as tradições que vos ensinamos oralmente ou por escrito” (2Ts. 2,14). Nesta passagem fica claro que existiam e existem tradições vivas no ensino apostólico, que os fiéis se firmam na verdadeira fé ao aderir a essas tradições e, por fim que existiam ensinamentos orais e escritos e que ambos eram autênticos e deveriam ser guardados.

Não podemos nos esquecer de que a Igreja é anterior ao Novo Testamento e que foi ela que formou o cânon (lista dos livros considerados como inspirados verdadeiramente por Deus) do Antigo Testamento como o temos hoje. Por isso é importante entender que é a Igreja quem credencia a Bíblia e não o contrário. Foi a Igreja quem “constituiu” a Bíblia, como a temos. Aliás, o primeiro livro do Novo Testamento só foi escrito mais de 30 anos após a Ressurreição de Jesus. E nesse tempo, o quê sustentava a fé dos fiéis? A Sagrada Tradição!

3- Aprender a reta interpretação dos textos bíblicos

Somente a Igreja Católica guarda em sua plenitude o Depósito da Fé, ou seja, o conjunto de verdades divinamente reveladas e conservadas pela vontade expressa de Cristo em sua Igreja (cf. Mt. 16,18). Além disso, a Igreja conserva a sucessão apostólica e a obediência aos sucessores de São Pedro, que transmitiram a tradição oral por meio da pregação apostólica. A partir disso, podemos concluir que tudo o que está nas Sagradas Escrituras é verdade, mas nem toda a verdade está nas Escrituras. Desse modo, a pregação apostólica, expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se sem interrupção até a consumação dos tempos. Para tanto, os Apóstolos, transmitiram aquilo que eles próprios receberam (cf. I Cor 11,23; 15,3), exortam os fiéis a manter as tradições que aprenderam seja oralmente, seja por carta (cf. II Tess 2,15) e a combater pela fé transmitida aos santos (Jd 3).

Dom Estevão Bettencourt, grande teólogo brasileiro, ao analisar os efeitos da Revolução Protestante sobre a interpretação das Escrituras e o papel da Tradição afirma:

“Os reformadores deram início à destruição do grande patrimônio de fé e cultura dos séculos anteriores, que associavam entre si Deus, Jesus Cristo e a Igreja.

  • a Reforma no século XVI disse SIM a Deus e a Cristo e NÃO à Igreja;
  • os iluministas racionalistas do século XVIII disseram SIM a Deus, NÃO a Cristo e a Igreja;
  • os ateus do século XIX disseram NÃO também a Deus;
  • finalmente os estruturalistas do século XX disseram NÃO também ao homem, pois a morte de Deus vem a ser também a morte do homem´.

´Negando a Igreja de Cristo, os reformadores aceitaram a fundação de numerosas igrejas e igrejinhas de líderes humanos, todas originadas do subjetivismo dos seus fundadores´ (Revista Pergunte e Responderemos, nº 404, 1996, pp. 14 e 15).

Uma prova de que somente a Igreja Católica pode interpretar devidamente as Sagradas Escrituras e a Tradição está no fato de que em relação a Jesus Cristo há divergências profundas entre luteranos e outras denominações “reformadas”. Para muitos o dogma da Santíssima Trindade é a base do Cristianismo, para outros é uma afirmação escandalosa e uma “aberração politeísta”, embora muitas vezes convivam juntos achando que essas diferenças são “insignificantes”. Analisando, grosso modo as igrejas nascidas da Reforma, não há um só ponto de acordo, nem mesmo a respeito da Pessoa do próprio Jesus Cristo, que para uns é consubstancial ao Pai, mas para outros não.

Se neste ponto central do Cristianismo “a Pessoa de Jesus Cristo” não há acordo no protestantismo, não se pode esperar que haja no restante da doutrina católica. Acerca dessa confusão doutrinária no meio protestante, o próprio Martinho Lutero, amargurado, foi obrigado a reconhecer em 1525, apenas oito anos após o seu rompimento com a Igreja que “há tantas seitas e crenças quantas cabeças. Um não terá nada a fazer com o Batismo; outro nega o Sacramento; um terceiro acredita que há outro mundo entre este e o último dia. Alguns ensinam que Cristo não é Deus; uns dizem isto, outros dizem aquilo. Não há rústico, por mais rude que seja, que, se sonhar ou fantasiar alguma coisa não deva ser o sussurro do Espírito Santo, e ele próprio um profeta” (Martinho Lutero, John A. O’ Brien, Ed. Vozes, 1959, p.32).

A defesa do ´livre exame da Bíblia´, teve consequências desastrosas, como afirma O´Brien: “Lutero começou declarando que a Bíblia podia ser interpretada por qualquer um ´até mesmo pela humilde criada do moleiro; antes, até por uma criança de nove anos´. Mais tarde, no entanto, quando os Anabatistas, Zwinglianos e outros contrariaram as suas vistas, a Bíblia tornou-se para ele ´um livro de heresias´, muito obscuro e difícil de entender” (idem, p.32).

Embora o movimento protestante apregoe fidelidade à Sagrada Escritura, afirma que a Bíblia é a única fonte de fé e não a Tradição, porém, não há nenhuma citação bíblica que afirme ser ela a única fonte de fé, mas citações que corroborem o valor da Tradição existem aos montes (confira os motivos anteriores). Outro ponto entre centenas deles, para nos concentrarmos em apenas alguns, nos indica que, embora Lutero colocasse a Bíblia como “a única fonte da fé”, desprezando a Tradição e o Magistério, no entanto, quando a sua teoria da “salvação somente pela fé’, sem necessidade das obras, se chocou com as palavras da Epístola de S. Tiago (“sem obras a fé é morta”, Tg 2,26), Lutero a rejeitou de todo e a chamou de “uma verdadeira epístola de palha” (idem p.16). Onde estava o seu respeito pela Bíblia?… Como, então, as bíblias protestantes ainda mantém nela a Epístola de S.Tiago? Trata-se de uma incoerência grotesca. Portanto, somente a Igreja Católica contando com a assistência especial do Espírito Santo pode interpretar retamente o conteúdo da Revelação Divina.

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4- Conhecer para amar

Santo Agostinho afirmava ser “impossível amar o que não se conhece”. De fato o grande doutor da Igreja tem toda razão ao afirmar isso, pois o amor é sempre uma decisão pelo objeto amado, de forma que para decidir-se por algo sem conhecê-lo seria imprudência, por isso, o amor, para ser concreto deve ser fruto de uma escolha consciente que brote de uma busca honesta e sem preconceitos por conhecimento sobre o amado.

Só é possível amar a doutrina católica na medida em que se conhece o que ela afirma. O próprio Deus fala pela boca do profeta Oséias: “Meu povo perece por falta de conhecimento” (Os 4,6). Há dois tipos de ignorância: a invencível, que se constitui pela impossibilidade completa de conhecer uma verdade, sem culpa das pessoas envolvidas nesse desconhecimento; e a ignorância culposa, fruto de preguiça ou omissão das pessoas. Muitos católicos possuem os meios necessários para conhecer a doutrina da Igreja, mas não buscam mover-se de sua ignorância para o conhecimento. Os meios mais seguros para conhecer a vontade de Deus e a doutrina católica são:

  1.  Aquisição de uma boa tradução das Sagradas Escrituras com comentários e rodapés aprovados pela Igreja;
  2.  Estudo do Catecismo da Igreja Católica;
  3.  Leitura das vidas e dos escritos dos santos que são modelos concretos da vivência do Evangelho;
  4.  Leitura dos documentos da Igreja, cartas e pronunciamentos dos papas.

5-  Compreender que a doutrina católica é de origem divina e não humana

Sendo a Igreja fundada por Jesus Cristo e perpetuada através do sucessor de Pedro e os sucessores dos apóstolos, é possível entender que sua doutrina católica deriva de seu Mestre. A Igreja, a esposa do Cordeiro (cf. Apocalipse 18, 1-2. 21-23; 19, 1-3.9; Lucas 21, 20-28), sua doutrina e o seguimento desta indicam a fidelidade de sua união esponsal. Portanto, sendo uma esposa sem ruga e sem mancha, isso indica que sua doutrina católica é reta. Como pode a Igreja, composta por homens pecadores ser fiel a seu Divino Esposo? Só é possível ser fiel contando com a graça, o auxílio deste mesmo Esposo. Sendo de origem divina a Igreja é Santa, mas enquanto instituição composta por homens falhos é pecadora; isto é, a Igreja é santa em sua instituição e pecadora nos seus membros.

Texto escrito por Luiz Raphael Tonon, consagrado da Comunidade Católica Pantokrator, professor de História, Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso e ex-seminarista redentorista.

 

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