fbpx

Saiba ler e interpretar a Bíblia na catequese

por Redação

A prática da leitura bíblica e de sua interpretação na catequese

A leitura da Bíblia foi possibilitada a todos os fiéis a partir do Concílio Vaticano II. Voltando às fontes, na antiga tradição da Igreja apostólica e patrística, o Concílio exorta todas as pessoas a uma leitura e interpretação das Sagradas Escrituras, no mesmo Espírito em que foram escritas para apreender com exatidão o sentido dos seus textos (DV 12).

 

 

Quando lemos a Bíblia realizamos uma leitura a dois: Deus nos fala e nós escutamos e respondemos. Deus dialoga conosco e ao respondermos a ele estamos criando uma relação Interespiritual, profunda e verdadeira entre nós. “Eu e Ele”; “Tu e Ele” Esta conversa com Deus é a melhor forma de diálogo, porque Deus se revela e se compromete com amor de Pai, proporcionando um grande encontro com aquele que fala.

A Bíblia é esse lugar de encontro. E a voz da Palavra, a revelação, é a voz de Deus que ressoa nas origens da criação, quebrando o silêncio do nada e dando origem às maravilhas do universo. É uma voz que desce às páginas das Sagradas Escrituras, que agora lemos à Luz do Espírito Santo. Deus não está indiferente aos acontecimentos da vida do ser humano: “Eu vi, eu vi a miséria do meu povo… Ouvi o seu clamor… pois eu conheço as suas angustias” (Ex 3,7), disse Deus a Moisés.

Veja também:
Estão abertas as inscrições para o Catequistas Brasil 2020

A importância da leitura para uma fé obediente

Ao lermos a Bíblia, ela que é fonte de vida, devemos fazê-lo, não buscando um conhecimento intelectual, mas um conhecimento vital. Nela procuramos encontrar o Senhor, lemo-la para encontrar em suas palavras humanas – texto sagrado que é – a palavra de Deus que constrói a fé, pois Jesus é o verdadeiro intérprete de toda realidade divina, ou seja, ele é aquele que explica o sentido e torna visível a ação de Deus na nossa história de vida. A leitura da Palavra de Deus nos conduz a uma fé obediente, uma fé confiança, adesão, amor que abraça toda a vida. É experiência de Deus.

Aprendi com um amigo meu que gosta de analisar o significado da letra escrita. Olhando para a formação da ‘Palavra’, em sua Etimologia, podemos dividi-la em: “pa-lavra”.

  • = instrumento de trabalho com a terra. Sua função é juntar, colher, transportar. LAVRA = ação de lavrar (imprimir profundamente; inscrever, gravar, cultivar a terra), ou ainda: local de onde extrai pedras preciosas.

Assim sendo, PA-LAVRA é um instrumento da linguagem humana usada para cultivar, em profundidade, o CORAÇÃO humano. Como o homem do campo trabalha na terra retirando dela os seus frutos, assim é a palavra cotidiana na vida do ser humano.

Atente-se aos novos desafios

Uma forma de tornar a Bíblia mais conhecida e, ao mesmo tempo, de melhor conhecer as Sagradas Escrituras, é estar sempre atento aos desafios dos novos movimentos religiosos que instrumentalizam a Palavra de Deus, cuidar do ministério dos catequistas, formar-se, instruir-se, viver a Palavra e dar testemunho. Levar também a Palavra aos não cristãos, aprender a dialogar com outras religiões criar relação com as diferentes culturas, é importante nesse processo.

Tudo isso tem reflexos principalmente nas atividades pedagógicas da fé, sobretudo na catequese, por ser um período de ensinamento e maturidade, de reflexão vital sobre o mistério de Cristo. Influencia significativamente a iniciação integral e vital, ordenada e sistemática na Revelação que o próprio Deus fez ao homem em Jesus Cristo, que não está isolada da vida nem justaposta artificialmente a ela, e conservada na memória profunda da Tradição viva da Igreja.

É a partir de uma autêntica catequese renovada, atualizada, uma catequese de Inspiração catecumenal, que a Igreja pode deslocar solidamente toda a amplitude de elementos e funções de sua ação evangelizadora. Assim, é necessário que a catequese, como obra evangelizadora da Igreja, encontre seus fundamentos na natureza da revelação cristã e na Tradição viva da Igreja tal como esta se expressa na Constituição Dei Verbum, do Concílio Vaticano II.

Veja também:
O uso de símbolos nos encontros de catequese

A leitura da Bíblia é prática da Igreja

A Bíblia, nascida da experiência de vida da comunidade primitiva, ela só se compreende na comunidade. O lugar da ação, mediante o qual Deus se revela e dá a inteligência da palavra, é a Igreja. O fiel, parte viva da comunidade, recebe da Bíblia sua vida espiritual e vive em unidade com as realidades históricas da Palavra de Deus.

Olhando para o início da Bíblia temos o Antigo Testamento. Para responder às exigências do homem de hoje, ele já começa falando do desejo e da busca de Deus. Traz uma noção clara de Deus, mas é no Novo Testamento que vamos encontrar ensinamentos surpreendentes sobre a paternidade e a misericórdia de Deus. Em algumas parábolas e, sobretudo na morte e ressurreição de Jesus revelam-se misteriosos aspectos do amor, da sabedoria e do poder de Deus.

“Ninguém conhece o Pai” (Mt 11,27); “Ninguém jamais viu Deus” (Jo 6,46). Jesus é o revelador do Pai, isto é, aquele que o faz conhecido. “Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo” (Mt 11,27). “Aquele que crê em mim não crê em mim, mas naquele que me enviou; e aquele que me vê vê aquele que me enviou” (Jo 12,44-45).

Ensinamentos como esses são encontrados no Novo Testamento e vem demonstrar como são misteriosos a sabedoria e poder de Deus. Jesus Cristo é que nos revela o agir de Deus que é diferente do agir do Homem. Á luz da Bíblia, toda autoridade foi dada a Jesus Cristo no céu e sobre a terra (cf. Mt 28,28), é nele que habita, em forma corporal, toda a plenitude da divindade (cf. Cl 2,9), e onde foram criadas todas as coisas (cf. Jo 1,1-4; Cl 1,16; Há 1,1-3).

Aceite o convite!

O convite para iniciarmos a nossa catequese com o querigma traz consigo esse sentido: de, primeiramente, conhecer a Jesus que vai nos levar ao conhecimento do amor do Pai. O querígma ocupa o primeiro lugar na iniciação cristã como anúncio da fé pascal. Falar sobre ele é falar da ‘Proclamação da Palavra’; O primeiro anúncio é interpelante. Ele oferece a porta de entrada da experiência cristã. E como crerão se ninguém proclamar?

Neuza Silveira de Souza é Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.

 

Peregrinação Paulo Gil Home

 

Com informações de OFM

Você também pode gostar

Deixe um comentário

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Supomos que você esteja ok com isso, mas você pode optar por não usar os cookies, se desejar. Aceito Saiba Mais

Abrir conversa
Tem dúvidas sobre o Catequistas Brasil?
Olá, meu nome é Fabio! Como posso te ajudar?

Adblock Detectado

Desative a extensão AdBlock de seu navegador para uma melhor experiência em nosso site.