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Natal: Transmitir a fé cristã é anunciar ao mundo a dignidade de vida

por Redação

Confira a reflexão de Ariél Philippi, um dos palestrantes confirmados para o Catequistas Brasil 2020

 

A Palavra de Deus é fonte primeira da catequese. Nestes tempos, em que muito se tem escrito sobre a Iniciação à Vida Cristã, não podemos perder de vista a fonte do conteúdo da fé que professamos, vivenciamos e anunciamos no dia a dia.

 

 

A partir de uma tipologia e leitura catequética de algumas passagens bíblicas do Evangelho segundo Lucas, queremos refletir sobre o conteúdo primeiro que a catequese precisa se dedicar: a dignidade da vida.

No símbolo da árvore da vida, no meio paraíso, em Gênesis 2,9, até a árvore que cresce no meio da praça, em Apocalipse 22,2, temos concretizada a promessa de vida eterna que Deus Pai tem a oferecer para seus filhos e filhas. No símbolo da árvore da vida projeta-se a importância de promover a dignidade de todas as formas de vida, seja ela em família, na sociedade e com a natureza.

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E assim, de tempos em tempos, perpassando as etapas do povo de Deus, vemos a humanidade conduzida por Patriarcas e Matriarcas, Juízes e Juízas, Profetas e Profetisas, na trilha de perceber, em meio às luzes e trevas, os caminhos possíveis para bem viver.

Eis que chega à nossa porta, em nossas agendas e reuniões, mais uma preparação para o Natal do Senhor, a festa da vida, festa da Encarnação. O céu visita a terra!

Neste sentido, queremos dialogar com o evangelista Lucas, para que nos ajude a preparar a chegada do Deus-Menino.

Olhando o primeiro capítulo do Evangelho segundo Lucas, encontramos contextos paradigmáticos para espelhar nossa ação pastoral e nossas atitudes de fé. Temos aí: a ação litúrgica de Zacarias de oferecer incenso; a oração do povo do lado de fora do santuário; a visita do anjo; a dúvida de Zacarias; o anúncio do nascimento de João Batista; a mudez de Zacarias; o nascimento de João Batista; o louvor de Zacarias.

E, em paralelo, encontramos: Maria no íntimo do lar; a visita do anjo; a acolhida sincera de Maria; o anúncio do nascimento de Jesus; a saída apressada de Maria; o encontro com Isabel; o louvor de Maria.

Com estas breves considerações, poderíamos nos perguntar: o que temos cantado como louvor ao Deus da vida, por tantas maravilhas e dádivas que ele nos concede? Quais as motivações que temos para cantar? Ou ainda, quais os medos que trazemos que nos impedem de gritar pela defesa da vida, deixando-nos mudos diante de tantas violências contra a vida humana e a vida do planeta?

Como está a nossa fé? Cantando as maravilhas do Senhor? Ou muda, escondida na mesmice da dor e da opressão?

A catequese que se coloca a serviço da Iniciação à Vida Cristã precisa estar disposta a revisitar os conceitos e dimensões da fé, com discernimento e a ousadia, para a ler os sinais dos tempos e, acreditando nas palavras do anjo, não ter medo de propor a fé cristã por meio do testemunho e da prática do Mandamento Novo.

A vida é festa, é dom, é graça! É de graça!

Outra característica do evangelista Lucas são as narrativas de festas, ritos, cânticos, as refeições nos lares, com a especial visita de Jesus de Nazaré. Exemplos destas visitas são a casa de Simão Pedro, a casa de Zaqueu e a casa de Marta e Maria.

Por onde passava, nas ruas, vilas e lares, Jesus levava consigo a salvação.

A Iniciação à Vida Cristã depende da catequese que saiba conduzir ao mistério festivo da vida. Ou seja, uma catequese litúrgica, vivencial, celebrativa, mistagógica. Cada conteúdo aprofundado pela catequese precisa ter significado para a vida, como suporte para a formação humana e espiritual das pessoas. Só assim, a liturgia, seus símbolos e ritos estarão mais próximos da realidade da vida das pessoas.

Do contrário, podemos cair na mesmice de preparar celebrações suntuosas, coloridas e bem conduzidas. Mas com a possibilidade de não conduzir ao centro do mistério da fé, que é o próprio Cristo, vivo e presente nos diferentes rostos que chegam à igreja para celebrar conosco.

Para esse impulso de mudança de mentalidade e descoberta de novos processos de transmissão da fé com novas atitudes, mas com o mesmo conteúdo central da fé, vamos observar melhor o capítulo primeiro de Lucas.

Temos aí, dois cenários para inspirar nossa ação pastoral e nosso testemunho de fé.

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No primeiro deles temos:

  • a criatividade do anjo que invade por dentro o ofício comum e rotineiro do sacerdote Zacarias;
  • o Templo, enquanto casa da comunidade, é o lugar da fé comum do povo;
  • a necessidade de certezas da parte do sacerdote Zacarias: – Que garantias me dás disso?
  • a mudez de Zacarias que representa a paralisia e incredulidade diante da novidade de uma mensagem que trazia a vida onde apenas se esperava a morte.

No segundo temos:

  • a iniciativa do anjo de visitar Maria na intimidade e rotina do lar;
  • a casa é o lugar da transmissão da fé oficial mas com os sinais, gestos e símbolos próprios de cada família;
  • a atitude disponível de Maria ao ouvir a mensagem do anjo: – Como acontecerá isso?
  • a pressa em visitar Isabel que estava grávida, esperando uma nova vida, como fruto e consequência da Vida Nova que Maria carregava em si.

A catequese precisa estar à serviço da Vida Plena

Ousar acompanhar a fé de homens em mulheres em nossos dias é tomar consciência da urgência que é perceber, no hoje de nossas vidas, a presença e as maravilhas que o Senhor já faz por nós e, tendo aderido ao seu convite de seguimento, elevar a voz e cantar com quem nos precedeu na fé: Sim, o Senhor fez maravilhas em nosso favor (Sl 126/125).

Maria e Zacarias, cada um a seu tempo, por motivos que lhes são particulares, reconhecem a presença de Deus em suas vidas e cantam: O Senhor fez maravilhas.

Ele, Zacarias, contemplou a misericórdia de Deus que visitou o seu íntimo. Na casa de Zacarias e Isabel foi acolhida a mensagem da vida naquele que será o Precursor.

Ela, Maria, tendo recebido em sua casa aquele que é a Vida, agora o leva ao Templo envolto em faixas, para apresentar ao mundo a realização das promessas que o Criador fizera outrora ao povo fiel.

Urge reconhecer que o Senhor armou sua tenda e habita entre nós para acolher todos e todas que desejam promover e cuidar da vida.

 

 

Ariél Philippi Machado é Catequista na Arquidiocese de Florianópolis (SC), membro da Rede Lumen de Catequese, Teólogo e Especialista em Catequese – Iniciação à Vida Cristã e será um dos palestrantes que estará presente no evento Catequistas Brasil 2020.

 

Serviços:
Evento: Catequistas Brasil 2019
Local: Santuário Nacional de Aparecida, SP
Data: de 7 a 9 de fevereiro de 2020
Realização: Revista Paróquias – www.paroquias.com.br
Organização: Promocat Promotora Católicawww.promocat.com.br
Site: www.catequistasbrasil.com.br
Facebook: www.facebook.com/catequistasbrasil
Telefones: (12) 3311-0665 | (12) 99630-1989 (WhatsApp)

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1 comentário

Rosa zoppi 7 de janeiro de 2020 - 07:41

Seus textos são excelente ,como é bom ter pessoas que falam a mesma língua. A LINGUA DA FÉ. OBRIGADA POR COMPARTILHAR SEU CONHECIMENTO COM CATEQUISTAS LEIGOS .Um abençoado dia .

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