Catequista: vocacionado para uma catequese discipular
“Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a observar tudo o que vos mandei. Eis que estou convosco todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28, 19)
Vocacionado para uma catequese discipular
Falar do catequista a partir da Vocação é acentuar a beleza da Vocação do SER CATEQUISTA. Ser catequista é um chamado, uma vocação e não tarefa e/ou função. Jesus, antes de retornar ao Pai, delega à comunidade dos discípulos uma missão: formar novos discípulos, batizar, transmitir os seus ensinamentos e confiar na sua presença que edifica o ministério a serviço do evangelho e da vida.
Por isso, o catequista é chamado, é vocacionado para um serviço eclesial. Trata-se de uma vocação radicada no seu batismo, com uma específica atuação em nome e em prol da comunidade eclesial.
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O catequista desempenha o ministério como uma vocação discipular. Como missão recebida do próprio Deus, para conduzir as pessoas ao encontro de Jesus Cristo e a inserção na comunidade. É também um dom que se recebe e se comunica como uma experiência alegre, que se irradia no testemunho e na transmissão da fé. Catequese e discipulado estão intimamente ligados. A catequese forma para o discipulado missionário. O catequista é vocacionado à catequese discipular.
A vocação específica do catequista, portanto, tem sua raiz na vocação comum do povo de Deus, chamado a servir o desígnio salvífico de Deus em favor da humanidade.
O Papa Francisco, no Diretório para a Catequese (números de 110-113), afirma que em virtude da fé e da unção batismal na colaboração com o Magistério de Cristo e como servo da ação do Espirito Santo, catequista é:
- Testemunha da fé e guardião da memória de Deus: experimentando a bondade e a verdade do Evangelho em seu encontro com a pessoa de Jesus, o catequista custodia, alimenta e testemunha a vida nova que dele vem e se torna sinal para os outros. A fé contém a memória da história de Deus com as gerações humanas. Guardar essa memória, despertá-la nos outros e colocá-la a serviço do anúncio é a vocação específica do catequista. O testemunho da vida é necessário para a credibilidade da missão.
- Mestre e Mistagogo: o catequista como Mestre e Mistagogo, tem dupla missão: transmitir o conteúdo da fé e conduzir ao mistério da mesma fé. O catequista é chamado a se abrir à verdade sobre a pessoa humana e sobre a sua vocação última, comunicando o conhecimento de Cristo e, ao mesmo tempo, introduzindo às várias dimensões da vida cristã, revelando os mistérios da salvação contidos no depósito da fé e atualizados na liturgia da Igreja.
- Acompanhador e educador daqueles que lhe são confiados pela Igreja: o catequista é um perito da arte do acompanhamento. Tem competências educativas, sabe escutar e entrar nas dinâmicas do amadurecimento humano, torna-se companheiro de viagem! Com paciência e senso de gradualidade, na docilidade à ação do Espírito, em processo de formação. Ajudando os irmãos a amadurecer na vida cristã e caminhar em direção a Deus. O catequista, especialista em humanidade, conhece as alegrias e as esperanças de cada pessoa, suas tristezas e angústias (GS, n. 1) e sabe colocá-las em relação com o Evangelho de Jesus
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Feliz é a família que confia em Deus
A fé cristã nasce com uma abertura missionária discipular. A catequese, desde o início da Igreja, é considerada uma de suas tarefas iniciáticas prioritárias. O catequista é um iniciado na fé cristã e recebe, da Igreja, o mandato missionário de formar novos missionários de Jesus Cristo. Não há missão sem iniciação. Igualmente, não há comunidade cristã que não seja missionária.
O Papa Francisco, nas suas catequeses, sublinha que o Catequista é o ministro da Palavra. O homem e a mulher do querigma. No conjunto dos ministérios e serviços, a Igreja cumpre sua missão evangelizadora, onde o ministério da catequese ocupa um lugar significativo, indispensável para o crescimento da fé. Esse ministério introduz à fé e, juntamente com o ministério litúrgico, gera os filhos de Deus no seio da Igreja. A vocação específica do catequista, portanto, tem sua raiz na vocação comum do povo de Deus, chamado a servir o desígnio salvífico de Deus em favor da humanidade.
Um dos grandes desafios da Vocação e Missão do catequista, que é destinado à catequese discipular, no mundo atual, é compreender a catequese como Vocação, um modo próprio de SER e ESTAR num mundo, fazendo a diferença no testemunho de uma fé viva e da pertença a uma comunidade discipular.
Ir. Maria Aparecida Barboza, ICM – Conselheira Geral da Animação Missionária na Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Mestra em Teologia Bíblica, especialista em pedagogia-catequética, doutoranda em Teologia na PUC-RS, membro do grupo de reflexão Bíblico-Catquética (GREBICAT) da CNBB e coordenadora da Iniciação à Vida Cristã na Arquidiocese de Porto Alegre (RS). Tem experiência na área de Teologia, Bíblia, Catequese e Pastoral. Área de atuação: Bíblia, Catequese, Iniciação à Vida Cristã e Comunidade.