A parábola do Filho Pródigo representa o amor de Deus para com seus filhos arrependidos
Parábolas são narrações que Jesus pregava com o intuito de haver um ensinamento moral para quem escutava. Assim, entre as mais famosas da Bíblia Sagrada, a que mais se destaca é do filho pródigo. História essa, que convida a todos para uma reflexão sobre a importância que muitas vezes se atribui a coisas supérfluas e como Deus sempre receberá seus filhos de braços abertos.
A palavra “pródigo” se refere a alguém que gasta com coisas inúteis. Então, seguindo a linha do título da história, Jesus apresenta os personagens que consistem em uma família composta por um pai e dois filhos. Um deles, o personagem principal, pediu ao pai sua parte da herança, pois tinha a vontade de aproveitar sua vida e deixar a casa de sua família.
Ao decidir aceitar o pedido do filho, o pai repartiu a herança entre seus dois primogênitos que ficaram livres para utiliza-la como preferir. Desse modo, o filho que havia ansiado por isso, se mudou para terras distantes e começou a gastar com coisas mundanas e inúteis perante suas necessidades que deveriam ter maior importância.
O dinheiro acabou, o filho se viu sem rumo e sua única opção foi se sujeitar a trabalhar com porcos e outras tarefas que não lhe eram agradáveis, mas que perante a fome e o desespero decidiu executar. Enquanto vivia na miséria, assolado pelo medo e tantos outros sentimentos ruins que o deixavam infeliz, ele se lembrou do conforto que possuía na casa de seu pai e todas as outras coisas que faziam parte de sua realidade, mas que nunca deu valor.
O retorno do Filho Pródigo
Com tantas lembranças constantes em sua mente e o sentimento de arrependimento que estava em seu coração, o filho pródigo decidiu retornar para a casa da família e pedir para que seja aceito de volta. Com preocupação, pensou em diferentes maneiras de convencer seu pai a acolhe-lo e dar-lhe um emprego, até mesmo ensaiou um discurso. Todo esse receio, era fruto da consciência do erro cometido e de que sua atitude foi uma verdadeira ofensa que fez com que não fosse mais considerado digno de ser tratado como filho.
Mas, ao contrário do que o jovem imaginava e todos os que ouviam a parábola também, ao chegar em casa, seu pai o acolheu de braços abertos, com um sorriso no rosto e sem fazer perguntas ou questionamentos sobre o retorno do rapaz. Não deixou nem mesmo que o filho terminasse seu discurso e anunciou que o dia era de festa para aquele lar.
O filho mais velho, que permaneceu durante todo o tempo com seu pai, sem usufruir do dinheiro para coisas desnecessárias e sempre esteve ao seu lado, não entendeu a atitude dele. Para ele, o que seu irmão fez não deveria ser aceito e muito menos merecedor da festa anunciada. Porém, seu pai o tranquilizou e explicou que a volta do filho pródigo, era sim um momento a ser celebrado com alegria, pois “esse seu irmão estava morto, mas agora voltou à vida; foi perdido, mas já o encontramos ”.
A parábola do Filho Pródigo
Lucas 15:11–32
11 E disse: Um certo homem tinha dois filhos;
12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele lhes repartiu os haveres.
13 E poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra muito distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 E havendo ele já gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidade.
15 E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar os porcos.
16 E desejava saciar o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
17 E caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu pereço de fome!
18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;
19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
20 E levantando-se, foi para seu pai; e quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor túnica, e vesti-o com ela, e ponde-lhe um anel na mão, e sandálias nos pés;
23 E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;
24 Porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
25 E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
26 E chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
27 E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porquanto o recuperou são e salvo.
28 Indignou-se, porém, ele, e não queria entrar. E saindo o pai, o consolava.
29 Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, e nunca transgredi o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
30 Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
31 E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas;
32 Portanto, era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e foi achado.
Reflexão
A parábola do filho pródigo nada mais é do que a representação do relacionamento de Deus para com nós cristãos. Quantas vezes fomos filhos pródigos que não valorizaram o que tinham? Quantas vezes nos desviamos do caminho de Nosso Senhor por puro egoísmo e ingratidão? E por fim, quantas vezes Deus nos confortou e nos acolheu apesar de todos os nossos erros e pecados?
Essa é a questão, Deus recebe seus filhos de braços abertos, ele anseia pelo retorno de cada um deles, ele perdoa, ele abraça. Assim, essa parábola nos leva a um exame de consciência e também ao fortalecimento da convicção de que Deus não abandona ninguém e que ele sempre estará ao lado de cada um de nós.
Isso porque o amor do Pai é imensurável, ele aguarda pacientemente o retorno de cada um e assim como na parábola, sua alegria com a volta de seu filho que estava perdido é gigantesca. Todas as vezes que um pecador se arrepende, o céu entra em festa.
Por Redação Catequistas Brasil
3 comentários
Entendo a atitude em relação ao pródigo. Mas não entendo a falta de valorização da fidelidade do filho que ficou. O que é mais fácil? Errar e voltar, ou permanecer fiel o tempo todo?
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O filho fiel se manteve feliz ao lado do Pai , recebeu todas as benesses de uma vida na paz de espirito e amor do Pai, a vida dele é de felicidade e paz no coração……deit-se e dorme o sono dos justos e de quem é amado todo dia.
O pródigo procurou a felicidade longe do Pai e não encontrou, é egoismo do mais velho não querer que o outro reencontre a paz, amor e felicidade junto do Pai., dando valor ao material acima de tudo, ou, sonhando com o desfrute de falsos prazeres mundanos que o prodigo teve.