Qual é a sua missão e seu propósito?
Escolhi trazer para vocês hoje um assunto bem preocupante da catequese… A FALTA de COMPROMETIMENTO!
A falta de comprometimento e engajamento de muitos catequistas com a missão, além da falta de comprometimento das famílias e dos próprios catequizandos, é preocupação recorrente de muitos coordenadores (as).
Isso vem de encontro a missão e propósito. Que nada mais são do que o que quero fazer e como vou fazer para chegar onde quero.
Em resumo, as causas desta falta de comprometimento têm muito a ver com o modo de viver contemporâneo: o individualismo que permeia o comportamento do ser cada vez mais urbanizado; a “catequese pelo social” feita por tradição e para contentar a família; a catequese infantilizada que leva a uma fé imatura; a cultura do descarte, onde nada parece permanente e durável; e o relativismo que leva a pessoa a buscar aquilo que lhe agrada naquele momento e circunstância, podendo mudar de ideia e propósito a qualquer momento.
Nem é preciso me aprofundar muito no que seria a falta de engajamento: o catequista não engajado e não comprometido é aquele que está lá, na catequese. “LÁ” mesmo: na sala. Sair, nem pensar! Está só na hora do encontro e quando muito, na missa do final de semana (fica feio não ir!). Além disso ele está acima da necessidade de formação e de comparecer em reuniões: sabe tudo! E não precisa saber de recado nenhum e nem planejamento nenhum, porque é ele com ele mesmo e só.
E isto se reflete no seu comportamento social e com a família, sem dúvida. Para estes, os grupos de catequese na internet são “páginas amarelas” onde se busca roteiro de encontro. De preferência descrito em suas minúcias e com molde e desenho até da disposição das cadeiras no encontro.
O que pode ser feito?
Primeiramente, o que será que poderíamos fazer e falar para estes catequistas? Isso se eles fossem numa formação…
Pela minha experiência de palestras por aí eu diria que “falar”, palestrar ou discorrer um tema, seja ele qual for; é perder o verbo, o substantivo, o pronome e tudo que diga respeito a linguagem. Quando a pessoa que nos escuta NÃO ESTÁ CONVERTIDA, pode se falar à vontade! Entrará por um ouvido e sairá pelo outro.
COMO??? Tem catequista não convertido?? Isso mesmo gente! Existem as pencas! Não temos “católicos de ocasião” de punhado? Podem acreditar que temos catequistas também! As (os) coordenadoras (es) vão ratificar isso, tenho certeza.
Algumas pessoas se engajam numa religião por questões puramente “sociais”. Dessa forma, a Igreja se transforma num lugar onde o “pessoal frequenta”. E participar de uma pastoral se transforma numa forma de aparecer à sociedade. E assim, nos aparecem catequistas às vezes. Cujo entendimento da catequese é esse: um evento social onde compareço porque fica “bem para minha imagem” e não vou se aparecer outro compromisso. Estes são os (as) não engajados e não comprometidos. Alguma semelhança com alguns pais e famílias?
Provocar para evangelizar
Mas, devemos excluir de vez estes catequistas? Claro que não! Alguma formação eles (elas) têm, algum preceito católico, mesmo que seja lá no fundo, estas pessoas possuem. Contudo, falta “provocar” isso, trazer para fora. Mostrar que há um mundo “novo” a se conhecer. São pessoas para “evangelizar”!
E tem outra questão mais grave ainda: Quando são os líderes que não são comprometidos! E por líderes, me refiro aos coordenadores (as) e padres. Aí é complicado! Catequistas engajados e comprometidos veem seus esforços podados antes mesmo de brotar. E o catequista quer fazer e acontecer e são os líderes que não querem nada, são os coordenadores e padres que não animam.
Mas, por que EU não posso liderar? Em minha opinião, qualquer pessoa pode ser um líder. Claro que algumas já nascem com esse dom e essa característica em suas personalidades, mas, isso também pode ser construído na missão. Se eu vejo que alguma coisa pode ser mudada e eu sei como mudar, por que não posso tomar a iniciativa e “provocar” essa mudança? Um líder não precisa estar num “cargo” para ser “líder” e influenciar as pessoas. Uma das características da liderança é saber “convencer”, além de ser, é claro, o que se faz na evangelização.
Vamos a solução! Qual é a missão?
Vamos fazer INICIAÇÃO CRISTÃ com nossos catequistas não comprometidos. Dessa forma, vamos mostrar que existe uma “pessoa” que está doida para encontrá-la: JESUS! E para trabalhar pela “causa do Reino”, é preciso conhecer o “Rei”. Como se faz isso? EVANGELIZANDO! Lembrando que evangelização é:
ANÚNCIO + CATEQUESE + SEGUIMENTO = EVANGELIZAÇÃO
Urge re-evangelizar muitos dos nossos catequistas e famílias.
Em minha trajetória na catequese, já estive em várias paróquias e dioceses. Em algumas, minha capacidade de “convencimento” não foi lá muito bem e confesso que não tive sucesso. Tudo isso porque eu não me contentei em “aceitar” as coisas como elas são quando estão equivocadas. Eu cobro, eu luto, eu brigo para mudar as coisas… e se não consigo, sigo o conselho que Jesus deu aos seus discípulos quando os mandou sair a evangelizar: “Quando não querem mesmo me ouvir, bato o pó das sandálias e parto para outro lugar”.
Existem muitos lugares que precisam de catequistas, que precisam de evangelizadores para a missão. E evangelizar não é “sofrer” e “padecer”. Sendo assim, evangelizar é ser feliz. Ninguém aguenta ser catequista e viver eternamente contrariada, triste, frustrada. Servimos à Deus para nos completarmos, não para nos diminuirmos. E também não concordo com a afirmação de que “estou lá para Jesus”, estou lá para as pessoas! Jesus quer que eu mude as pessoas, QUE EU EVANGELIZE AS PESSOAS!
DISCÍPULO MISSIONÁRIO é isso que eu sou!
Por Ângela Rocha
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