O Jubileu de 2025 é um tempo favorável (cf. 2Cor 6,2), um verdadeiro kairós, um tempo de graça em que o próprio Senhor nos convida a caminhar como peregrinos e peregrinas de esperança, contagiando corações e aproximando-os de Jesus. Essa é a essência do Evangelho e a missão de todos os que continuam a obra de Cristo, que fazem a Boa Nova ecoar (do grego κατήχησις = katékhēsis). Por isso, quem se dedica à formação de discípulos para o Senhor (cf. Mt 28,19) assume a vocação de ser um(a) verdadeiro(a) catequista de esperança.
O Jubileu dos 2025 anos do mistério da Encarnação — do qual os catequistas são convocados a anunciar e a transmitir a fé no mistério da Revelação —, proclamado pelo saudoso Papa Francisco, com o inspirador tema “Peregrinos de Esperança”, representa, portanto, uma oportunidade especial diante dos desafios do mundo atual. Além disso, marcado por celebrações e peregrinações, o Ano Santo nos convida ao fortalecimento da virtude teologal da esperança, a fim de reafirmar nosso compromisso constante com a evangelização.
Catequese e Esperança: vivendo o Jubileu 2025 como peregrinos de fé
A catequese é sempre sustentada pela esperança cristã, entendida não como conteúdo, mas como força vital que orienta toda a espiritualidade e prática de catequistas e catequizandos ao longo da vida. Nossa esperança tem nome, tem rosto, é o centro da Catequese: o Senhor Jesus. “A esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz” (Spes non confundit, n. 3). É Ele quem aponta para a vida eterna e dá sentido às alegrias e sofrimentos do caminho. Por isso, a catequese precisa ser cristocêntrica, ser escatológica, vivida com os pés no chão e os olhos no céu.
E como viver isso na prática?
Acompanhe algumas inspirações concretas para serem vivenciadas ainda neste ano do Jubileu:
- assumir a temática da esperança cristã como eixo transversal;
- integrar momentos de celebração sacramental, especialmente o Sacramento da Reconciliação;
- organizar a peregrinação às Igrejas Jubilares, ou mesmo a uma capela da comunidade;
- encorajar, sobretudo os jovens, a se envolverem nas atividades paroquiais;
- incentivar e promover ações caritativas e de serviço aos mais vulneráveis;
- usar histórias, símbolos, encenações, música, arte com a temática da esperança;
- redescobrir a história de vida dos santos, modelos de esperança (destaque para São Carlo Acutis e São Pier Giorgio Frassati);
- promover formações, reflexões e catequeses especiais, com as famílias, sobre o tema;
- participar das Missas ligadas aos Jubileus específicos.
Textos bíblicos para serem usados na Catequese, sobretudo no Ano Santo:
- Rm 5,1-5: A esperança não decepciona;
- Hb 6,19: A esperança é âncora da alma;
- Rm 8,31-39: Quem nos separará do amor de Cristo?;
- Lc 4,16-20: O novo jubileu, o ano do Senhor;
- Jo 10,7-10: Jesus é a porta;
- Jo 14,1-8: Jesus é o Caminho, não se perturbe;
Testemunhas da esperança
Por fim, é importante destacar que, para que tudo isso se torne realidade, catequistas e comunidades precisam, antes de tudo, ser iniciados de modo pessoal e profundo no encontro com Cristo, nossa verdadeira Esperança. Somente assim poderão motivar os catequizandos a enxergar a catequese não apenas como formação, mas como um autêntico caminho de amizade com Jesus (cf. Jo 15,14).
Além disso, é essencial promover uma formação contínua — teológica, bíblica, pastoral e pedagógica — dos(as) catequistas. Da mesma forma, é necessário criar redes de apoio, utilizar com sabedoria os recursos tecnológicos, integrar a catequese à vida comunitária e fomentar o protagonismo dos catequizandos, para que estejam sempre prontos a dar a razão da sua esperança (1Pd 3,15).
Assim, que o Jubileu seja, para todos nós, uma verdadeira ocasião de reanimar a esperança e renovar o ardor missionário! (Spes non confundit, n. 1).
O Jubileu de Esperança foi inspiração para o Catequistas Brasil 2025, saiba mais!
Por Douglas Palmeira / Redação – Catequistas Brasil