A catequese inclusiva que funciona
Mais do que criar condições para os deficientes, a catequese inclusiva é um desafio que implica mudar a maneira de catequizar como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante dos catequizando e na filosofia.
Mudar é difícil, mas compensa
Nunca o tema da inclusão de crianças deficientes esteve tão presente no dia-a-dia da comunidade — e isso é uma ótima notícia. A inclusão é um processo cheio de imprevistos, sem fórmulas prontas e que exige aperfeiçoamento constante. Portanto, não podemos continuar segregando essas crianças em turmas especiais, que oferecem uma catequese pouco estimulante.
Quem enfrenta o desafio garante: quando a catequese muda de verdade, melhora muito, pois passa a acolher melhor todos os catequizandos (até os considerados “normais”).
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Cuidados diferentes para cada deficiência
Na educação inclusiva não se espera que a pessoa com deficiência se adapte à catequese, mas que esta se transforme de forma a possibilitar a inserção daquela. Para isso, algumas orientações são úteis. As que estão a seguir mesclam informações do kit Escola Viva, criado pelo MEC em conjunto com a associação Sorri Brasil.
Auditiva
Em primeiro lugar, a instituição ou comunidade precisa providenciar um instrutor para a criança que não conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras), mas cujos pais tenham optado pelo uso dessa forma de comunicação. Sendo assim, esse profissional deve estar disponível para ensinar os catequistas e as demais crianças. O ideal é ter também fonoaudiólogos disponíveis.
- Consiga junto ao médico do catequizando informações sobre o funcionamento e a potência do aparelho auditivo que ele usa.
- Garanta que ele possa ver, do lugar onde estiver sentado, seus lábios. Ou seja, nunca fale de costas para a turma.
- Solicite que o catequizando repita suas instruções para se certificar de que a proposta foi compreendida.
- Use representações gráficas para introduzir conceitos novos.
- Oriente o restante da turma a falar sempre de frente para o deficiente.
Visual
A catequese deve solicitar o material didático necessário — regletes (régua para escrever em braille) e soroban.
Além da presença de um profissional para ensinar a criança cega, os colegas e os catequistas a ler e escrever em braille.
Deve também conhecer e aprender a utilizar ferramentas de comunicação, como sintetizadores de voz que possibilitam ao cego escrever e ler via computador.
Em termos de acessibilidade, o ideal é colocar cercados no chão, abaixo dos extintores de incêndio, e instalar corrimão nas escadas.
- Pergunte ao catequizando e à família quais são as possibilidades e necessidades dele.
- A melhor maneira de guiar o cego é oferecer-lhe o braço flexionado, de forma que ele possa segurá-lo pelo cotovelo.
- Descreva os ambientes com detalhes e não mude os móveis de lugar com freqüência. Os recursos didáticos aconselhados são: lupa, livro falado e materiais desportivos como bola de guizo.
- Busque na turma colegas dispostos a ajudá-lo.
- Substitua explicações com gestos por atividades em que o deficiente se movimente.
Física
Toda catequese precisa eliminar as barreiras arquitetônicas, mesmo que não tenha jovens com deficiências. Sendo assim, as adaptações do edifício incluem: rampas de acesso, instalação de barras de apoio e alargamento das portas.
No caso de haver deficientes físicos nas turmas, a modelagem do mobiliário deve levar em conta as características deles.
Entre os materiais de apoio pedagógico necessários estão pranchas ou presilhas para prender o papel na carteira, suporte para lápis, e outros recursos.
- Pergunte ao catequizando e à família que tipo de ajuda ele precisa, se toma medicamentos, se tem horário específico para ir ao banheiro, se tem crises e que procedimento adotar se isso ocorrer.
- Aqueles que andam em cadeira de rodas precisam mudar constantemente de posição para evitar cansaço e desconforto.
- Informe-se sobre a postura adequada do catequizando, tanto em pé quanto sentado, e garanta que ele não fuja dela.
- Se necessário, fixe as folhas de papel na carteira usando fita adesiva. Entretanto, os lápis podem ser engrossados com esparadrapo para auxiliá-lo na escrita, caso ele tenha pouca força muscular.
- Ouça com paciência quem tem comprometimento da fala e não termine as frases por ele.
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Mental
Tarefas individuais os deficientes mentais têm dificuldade para operar as idéias de forma abstrata.
Como não há um perfil único, é necessário um acompanhamento individual e contínuo, tanto da família como do corpo médico. As deficiências não podem ser medidas e definidas genericamente.
Contudo, informe-se sobre as especificidades e os instrumentos adequados para fazer com que o jovem encontre na escola um ambiente agradável, sem discriminação e capaz de proporcionar um aprendizado efetivo, tanto do ponto de vista educativo quanto do social.
- Posicione o catequizando, de forma que você possa estar sempre atento a ele.
- Estimule o desenvolvimento de habilidades interpessoais e ensine-o a pedir instruções e solicitar ajuda.
- Trate-o de acordo com a faixa etária.
- Só adapte os conteúdos depois de cuidadosa avaliação de uma equipe de apoio multiprofissional.
- Avalie a criança pelo progresso individual e com base em seus talentos e suas habilidades naturais, sem compará-la.
Portanto, temas importantes como a CATEQUESE INCLUSIVA, serão pautas no Congresso CATEQUISTAS BRASIL. Inscreva-se no Congresso Nacional Catequistas Brasil e participe deste grande encontro de formação!
1 comentário
Boa noite , sempre vou na paróquia aqui no sitio e sou catequista infantil e toda missa um rapaz ele entrava na fila da comunhão e sua irmã ficava brava pq não tinha feito a catequese., ele tem uma deficiência.Em agosto teve um Congresso Diocesano de Animação BÍBLICO CATEQUÉTICO em Cornélio Procópio Pr , fiquei pensando neste rapaz falei com meu cordenador e decidi dar catequese inclusiva ao rapaz.